Folha de S. Paulo


Leitora de 82 anos da 'Folhinha' doa moedas e selos antigos para crianças

Três meninos e uma menina reviram uma caixa de papelão com moedas e selos antigas até o topo. Para algumas crianças, pode parecer "tralha", mas não para eles.

O material foi doado por uma leitora de 82 anos da "Folhinha", que preferiu não ser identificada. No início deste ano, ela enviou uma carta escrita à mão para a Folha (daquelas com envelope e carimbo do correio), algo incomum em tempos de e-mails e redes sociais.

Na mensagem, ela dizia que decidiu se desfazer de sua coleção depois de ler uma reportagem da "Folhinha"sobre mesadas. "Eu li que um menino estava juntando dinheiro para comprar moedas antigas, então resolvi dar as minhas", explicou ela por telefone.

O garoto da reportagem era Daniel Freire, 9, que ainda está economizando sua mesada para comprar uma moeda rara de R$ 17 mil. "Ela é de ouro e tem uma imagem de dom Pedro 2º criança", disse ele.

Além de Daniel, Milena Glezer, 12, e os irmãos Arthur, 12, e Vinicius Hata, 10, visitaram a Redação da Folha para explorar a coleção de moedas e selos da doadora anônima.

O avô de Milena costumava encomendar selos a um jornaleiro quando era mais novo. "Sempre achei interessante", contou a menina, depois de se entusiasmar com um dos exemplares da coleção. "Olha mãe, um da União Soviética!", vibrou.

Daniel também começou sua coleção por causa dos avós. "Foi em 2012, depois que ganhei uma moeda japonesa do meu avô."

Já os filhos e netos da leitora que fez a doação não seguiram com o hobby. "Eu e meu marido fomos juntando aos longo dos anos, durante as viagens que fizemos. Meu filho e minha neta não quiseram ficar com a coleção, que estava parada aqui em casa", explicou a leitora que doou a caixa.

Arthur e Vinicius, que complementaram seus dois álbuns com os selos novos, agradeceram o presente. "Se pudesse conversar com ela, falaria que fiquei impressionado com a quantidade de coisas que ela tinha", disse o mais velho.

A leitora não quis participar do encontro e pediu que seu nome não fosse publicado: "Não gosto de publicidade. Se fiz as crianças ficarem felizes, já está bom para mim".

Colaborou JÚLIA BARBON


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