Folha de S. Paulo


Livros infantis sobre índios ganham cada vez mais espaço nas prateleiras

As histórias contadas na taba, ao redor de fogueira ou no embalo da rede, têm cada vez mais viajado até as cidades. Pegam carona em livros que retratam o universo indígena brasileiro.

Desde o último semestre, a "Folhinha" recebeu quase 40 livros sobre índios e selecionou alguns destaques para edição especial, no fim de semana em que são comemorados o Dia Nacional do Livro Infantil (18) e o Dia do Índio (19).

Alguns trazem lendas e mitos. Outros mostram o cotidiano de crianças indígenas. "A oportunidade de conhecer outra cultura é bom exercício para conhecer a si mesmo e aprender a combater o preconceito", diz a escritora Graça Graúna.

Entre os autores, há pesquisadores. Mas, desde os anos 1990, há cada vez mais obras escritas pelos próprios indígenas.

É o caso de Daniel Munduruku, que calcula que existam 30 escritores indígenas no Brasil. "Esses autores publicam uma média de 12 títulos por ano", contabiliza.

Ele conta que é preciso cuidado com obras que cometem erros. "O mais comum é tratar o índio como um ser do passado, que ainda precisa evoluir", diz.

Depois de um mergulho em obras que nos levam a viajar por aldeias dos quatro cantos do país, a gente entende como é difícil reunir essa diversidade toda na palavra "índio".

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POR QUE TANTOS LIVROS?

Para que os povos indígenas não sejam lembrados só no Dia do Índio, uma lei de 2008 obriga o ensino da história e da cultura indígenas nas escolas. Isso fez com que diversas editoras publicassem materiais sobre o tema.

No ano passado, o governo lançou um edital (uma espécie de concurso) para selecionar livros e distribuí-los para as escolas do país. Ainda não saiu o resultado, mas muitos já estão chegando às prateleiras.

Editoria de Arte/Folhapress
Editoria de Arte/FolhapressPovos indígenas do Brasil

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