Folha de S. Paulo


Estudantes da zona leste enfrentam falta d'água em casa e na escola

Todos os dias, alunos da escola municipal Otávio Mangabeira, na zona leste de São Paulo, ficam sem água em casa a partir das 13h, até o dia seguinte.

"Na minha, são cinco pessoas. Agora, se não tomarmos banho rápido, alguns ficam sem", conta Pedro Pinheiro, 12.

Mesmo antes de a crise se agravar, eles já pensavam em como economizar. Em 2013, decidiram construir uma calha no colégio. Funciona assim: a calha recebe a água da chuva e a direciona para tubos de garrafas PET, produzidos pelas próprias crianças.

Dali, o líquido cai em grandes baldes e é usado para regar a horta.

"Até o final do ano passado, a gente levava os tomatinhos que plantava para casa", lembra Bruno Pacheco, 12. Mas, ao voltarem das férias, ele e seus amigos levaram um susto. A escola havia sido invadida, e o projeto da calha estava destruído.

Mesmo assim, não desistiram. "Vamos fazer tudo de novo neste ano. Temos que cuidar da água, ainda mais agora, com a represa vazia", diz Iuri de Lima, 12.

A escola, atualmente, só recebe água pela manhã. As caixas d'água a reservam para que seja utilizada ao longo do dia.


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