Folha de S. Paulo


Aos 12 anos, cantor treina para ser o puxador mais novo do Carnaval do Rio

O niteroiense Guilherme Kauã Nunes de Lima, 12, apesar da pouca idade, tem objetivos claros para a sua vida.

"Quero ser o puxador oficial da minha escola do coração até os 17 anos e me tornar o cantor mais jovem do Carnaval do Rio de Janeiro", crava o menino de voz firme em entrevista à "Folhinha" por telefone.

Ele frequenta o mundo do samba desde os sete anos, sempre acompanhado por seus pais, a recepcionista Gisele e o motorista Adailton.

E o garoto já iniciou a caminhada rumo ao seu sonho. Guilherme Kauã é o mais jovem entre cantores de apoio –responsáveis por sustentar a voz do puxador e a manter a harmonia do samba– da Unidos do Viradouro e fará a sua estreia no Grupo Especial do Carnaval do Rio de Janeiro no próximo domingo (15).

Sua primeira vez na avenida foi na ala mirim da Acadêmicos do Cubango, escola do Grupo A do Carnaval carioca, que dá acesso ao Grupo Especial. Daí para começar a cantar foi bem rápido, aos 9 anos de idade.

Em 2014, Guilherme foi convidado pela primeira vez por Zé Paulo Sierra, puxador oficial da Unidos da Viradouro, para participar do time de cantores de apoio da escola de Niterói no desfile pelo Grupo de Acesso do Rio. E o gogó do menino deu sorte e a escola foi a campeã do Carnaval e voltou à elite das escolas de samba.

Porém a evolução de Guilherme Kauã não é à toa. Ele estuda violino há cerca de um ano na Escola de Música Villa-Lobos, a mesma por onde já passaram dois expoentes do samba carioca, os cantores Dudu Nobre e Xande de Pilares.

"Estou estudando para me tornar maestro", diz o cantor, que espera por mais oito anos de estudos para alcançar esse sonho.

Além da ansiedade pelo desfile no grupo de elite do carnaval carioca, Guilherme Kauã tem agenda cheia para os dias de folia. Pelo segundo ano consecutivo ele será o interprete oficial da Unidos da Tijuquinha, escola mirim da atual campeã do Carnaval, a Unidos da Tijuca. Ele também planeja desfilar pela escola Sabiá, que participa do Grupo Especial de Niterói, sua cidade natal.

"Estou me preparando vocalmente e espiritualmente, porque a emoção de entrar na avenida é indescritível", diz Guilherme Kauã.

Estudante do sétima série, o cantor mirim diz ser bom aluno. "Se não for bem na escola, não posso desfilar no Carnaval. Essa é a regra dos meus pais e da própria Viradouro".

Para o futuro, além de continuar sua escalada até o protagonismo na escola de samba do coração, Guilherme Kauã disse que pretende seguir carreira de oficial da Marinha e finalizou a entrevista falando de sua busca pela evolução contínua.

"Sempre digo que estou aprendendo com o decorrer da vida e nunca paro de aprender", conclui o cantor.


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