Folha de S. Paulo


Ensino de xadrez deve ser obrigatório nas escolas?

A Armênia é um país bem pequeno que fica perto da Rússia e tem pouco mais de 3 milhões de habitantes, mas virou notícia no mundo inteiro ao determinar, em 2011, que todas as crianças tenham aulas de xadrez nas escolas públicas. De acordo com o governo, a prática estimula o desenvolvimento infantil. Não é à toa que o país está entre os cinco melhores do mundo na modalidade (a Rússia é o primeiro colocado).

"O xadrez é subaproveitado nas escolas do Brasil. Ele deveria ser usado nas salas de aula, mas não de maneira obrigatória, como na Armênia. Como não estamos acostumados com o esporte, isso poderia gerar uma resistência ainda maior das crianças", diz Antônio Carlos Duarte de Carvalho, do Núcleo de Xadrez da USP. O segredo, para ele, é mostrar o jogo de uma maneira divertida.

Mas escolas públicas e particulares do país adotam cada vez mais o tabuleiro. Entre elas, está o Instituto Dom Barreto, no Piauí, que têm aulas de xadrez e até de latim (língua antiga que deu origem ao português). O colégio costuma aparecer entre as melhores notas do Enem (prova do governo) e tem um aluno entre os primeiros brasileiros a receber a medalha de ouro da olimpíada internacional de astronomia.

"É que os benefícios do xadrez são muitos, do desenvolvimento da lógica até o da criatividade", diz Carvalho.


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