Folha de S. Paulo


Ilan Brenman e Fernando Vilela homenageiam a escritora Ruth Rocha

Quando cheguei ao Brasil, eu tinha seis anos e vinha de um país distante, com uma língua completamente diferente do português, tão diferente que se escreve da direita para a esquerda: o hebraico.

A dificuldade para entrar nesse novo universo de palavras, sons e ritmos foi grande, mas no caminho encontrei um MARTELO e com ele subi numa imensa ROCHA. De lá vislumbrei uma imensidão de histórias que me ensinaram a amar o português e o seus maiores porta-vozes: os escritores.

Fernando Vilela
Ilustração feita por Fernando Vilela em homenagem a Ruth Rocha para a 'Folhinha
Ilustração feita por Fernando Vilela em homenagem a Ruth Rocha para a 'Folhinha'

A Ruth Rocha teve um papel fundamental na minha vida escolar e pessoal, suas histórias conversavam diretamente com nossos corações e mentes. Como ela podia saber como nos sentíamos por dentro e por fora?

Ela não subestimava nossa inteligência, sabia que tínhamos medo e ao mesmo tempo coragem, que gostávamos de aventuras e travessuras, que tínhamos momentos felizes e tristes, que queríamos estar com amigos, mas às vezes gostávamos de estar sozinhos.

Dizem que os clássicos são histórias que nunca gastam. As histórias de Ruth Rocha são clássicos, a cada ano elas envolvem novas crianças, que podem desfrutar de uma escritora que constrói pontes sólidas entre a mente infantil e o mundo a sua volta.

Tenho uma admiração profunda por esta encantadora escritora e espero que todas as crianças do Brasil de hoje e de amanhã possam ter a oportunidade de subir nessa ROCHA, assim como eu fiz na minha infância, e vislumbrar a beleza das histórias entoadas por uma das nossas maiores escritoras de literatura infantil.


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