Folha de S. Paulo


Crianças pegam no pé de quem não economiza água em casa e na escola

A falta de chuvas em São Paulo fez com que a região metropolitana passasse a viver sob risco de ficar sem água. Com as escolas e com os noticiários, crianças estão aprendendo a economizar para evitar que as torneiras sequem. E puxam a orelha quando detectam qualquer desperdício.

"Quando vi a notícia, falei para a minha mãe tomar banhos de dois minutos, em vez cinco", diz Luiza Afetian, 9. Ela ficou mais atenta ao saber que o reservatório do Cantareira, de onde vem a água para boa parte dos paulistanos, atingiu o nível mais baixo da história.

Zé Carlos Barreta/Folhapress
SAO PAULO, SP, BRASIL, 12-03-2014, 15h00: Da esquerda para direita: Eduardo Campos Pitol, 9, Helena Mota Gomes, 10 e Luiza Afetian, 9 alunos do Colegio Porto Seguro, falam sobre a escassez de agua e o risco de racionamento. (Foto: Ze Carlos Barretta/Folhapress FOLHINHA)
Eduardo, 9, Helena, 10 e Luiza, 9, do colégio Porto Seguro, querem que todos economizem água

"A professora falou sobre isso e fiquei preocupada. Agora estou tomando banhos rápidos", conta Beatriz Rocha, 9.

Já Isabela von Tein, 9, fica de olho na avó. "Ela deixa a torneira aberta enquanto lava a louça", afirma. "Peço para ela fechar."

A fiscalização, porém, não acontece só dentro de casa. "O bebedouro da escola está quebrado. Quando apertamos o botão, a água não para de cair. Isso acontece com a descarga do banheiro também", conta Clara Oliveira, 9, que estuda na escola municipal Celso Leite Ribeiro Filho.

Para a sua amiga Gabriela Silveira, 10, os alunos também ajudam no desperdício. "Muitas meninas fazem guerra de água."

Zé Carlos Barreta/Folhapress
SAO PAULO, SP, BRASIL, 11-03-2013, 16h00: Da esquerda para direita: Antonio Gaspar, 10, Gabriel Gavenas Caetano, 7, Gabriela Silveira, 10, Clara Raly, 9, Luany Loiola Rodrigues, 9, Beatriz Conceicao, 9, Victoria Santos Cruz, 9,alunos da EMEF Celso Leite Ribeiro Filho, na Bela Vista, falam sobre o baixo nivel dos reservatorios de agua e o perigo de racionamento na cidade. (Foto: Ze Carlos Barretta/Folhapress FOLHINHA)
Alunos da escola municipal Celso Leite Ribeiro Filho falam sobre o perigo da falta de água na cidade

SOLUÇÕES

Helena Gomes, 10, tem uma ideia para resolver o problema. Ela sugere que as casas tenham sensores. "Após um tempo com a torneira ou o chuveiro abertos, eles desligariam automaticamente."

Bernardo Altafin, 9, porém, acredita que é preciso ir além. "Poderíamos fazer passeatas nas ruas pedindo para as pessoas economizarem. A água pode acabar!", acredita.

Já imaginou? Luanny Rodrigues, 9, já. "Vamos beber água do mar. Mas ela tem gosto ruim e dá sede."

"E não adianta tomar refrigerante. Não é a mesma coisa que água", completa Victória Santos, 9.


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