Folha de S. Paulo


Filme brasileiro feito com lápis de cor e canetinha conquista prêmios

Foi numa caderneta de viagem que nasceu um rascunho de menino.

Tinha cara redonda, olhos grandes, pernas fininhas.

Assim foi o nascimento de "O Menino e o Mundo", criado pelo cineasta Alê Abreu, diretor também de filmes como "Garoto Cósmico" (2007).

Quando desenhou aquele menino, o "pai" não imaginava que o "filho" fosse ganhar o mundo. "Aquele desenho, aquele menino, me chamava para embarcar no universo dele", conta o diretor, que até então não sabia qual era a história que iria contar.

Ele atendeu ao chamado do filho, ou do filme, que traz as aventuras de um menino em busca de seu pai, carregado pelo vento. Ficam só as lembranças, em forma de música.

O mundo do garoto parece um caleidoscópio cheio de cores e sons. Tem poucos diálogos, que são falados numa língua esquisita (são frases poéticas e trava-línguas ditos ao contrário!).

O menino tem um jeito especial de ver tudo ao seu redor. Transforma bolinhas em música e tanques de guerra em bichos. No caminho, atravessa plantações, segue uma banda, enfrenta uma batalha de pássaros, chega a uma cidade cinzenta.

Editoria de Arte/Folhapress

Para criar a animação, Alê Abreu usou lápis de cor, canetinha, giz de cera, aquarela, muitas outras tintas e um tanto de colagens.

"O filme busca a experiência de uma criança desenhando no papel. Traduzi a infância com cores, texturas e ritmos."

Já o mundo interior do menino é amplificado na trilha sonora.

E, para ele, chuva é feita de palmas, apito de navio vira música, um caminhão da cidade parece um monstro urrando. Naná Vasconcelos, o grupo Barbatuques e o rapper Emicida participam da trilha musical da animação.

O pai do menino já anda orgulhoso dos feitos do filho pelo mundo.

O filme ganhou vários prêmios, entre eles o do importante Festival Internacional de Animação de Ottawa, no Canadá.


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