Folha de S. Paulo


MMA estimula a agressividade? Tema é polêmico entre psicanalistas

No MMA infantil, o ideal é que nunca haja golpes diretos e que os lutadores usem proteção de cabeça, tórax e membros inferiores, diz Getúlio Morato Filho, membro da Sociedade Brasileira de Pediatria.

O médico alerta que, mesmo com proteção, golpes na cabeça devem ser proibidos.

No MMA profissional, os lutadores tentam imobilizar o outro (prendê-lo, impedindo que se mova). No caso de crianças, é preciso cuidado para que a imobilização não cause dor e lesões (machucados).

Além de riscos para o corpo, há quem acredite que o MMA possa trazer problemas psicológicos. "Foca o desenvolvimento do corpo e não o da mente, como outras lutas marciais", fala a psicanalista Vera Zimmermann, coordenadora do Centro de Referência da Infância e Adolescência, da Unifesp.

"Isso pode estimular a agressividade da criança e fazer com que se sinta desprotegida e insegura", diz.

Não é o que pensa Miguel Boarati, coordenador da área infantil do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas. "Não há evidência que a prática de qualquer arte marcial possa tornar uma criança mais agressiva." Ele vê possíveis vantagens. "Os treinos podem ensinar controle mental, respeito ao corpo e ao próximo."


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