Folha de S. Paulo


MMA ganha versão infantil; prática divide a opinião de médicos e psicólogos

Às vésperas do Ano-Novo, um acidente com Anderson Silva tornou o MMA ainda mais polêmico.

O brasileiro, campeão na luta, quebrou a perna ao chutar um rival no ringue.

O MMA mescla lutas como caratê, jiu-jitsu, muay thai, boxe, tae kwon do e judô. Ficou famoso nos últimos anos com a exibição de embates na TV (por ser um programa esportivo, não há classificação indicativa).

Apesar das imagens fortes e violentas, com muito sangue saindo dos lutadores, ganhou espaço em academias para crianças.

E, como não poderia deixar de ser em um tema tão controverso, não há uma única opinião sobre isso.

A "Folhinha" conversou com médicos e psicólogos contrários à prática por crianças. Acreditam que possa trazer riscos para o corpo e para a mente.

Outros entrevistados para esta reportagem acham que fazer MMA pode ser positivo, desde que adaptado, com mais proteção e regras que evitem golpes mais violentos.

CAUTELA

As adaptações, contudo, não convencem o pediatra José Luís Setúbal, presidente do Hospital Infantil Sabará, de São Paulo.

"Mesmo com o uso de proteção, sou contra porque é um esporte que visa golpes na cabeça, o que pode levar a problemas crônicos", afirma. "E, se for para mudar tanto a regra, é melhor nem fazer, há muitos outros esportes mais bem recomendados."

É diferente a opinião de Grégor Paulo Chermikoski Santos, membro da Sociedade Brasileira de Pediatria especializado em medicina esportiva infantil.

"Como é um esporte novo, é preciso cautela. Para as crianças, com as devidas adaptações para diminuir o risco de acidentes, pode haver benefícios."


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