Folha de S. Paulo


Filhote de sucuri ganha nome no Instituto Butantan; saiba mais sobre a espécie

No dia 29 de julho deste ano, os biólogos do Instituto Butantan levaram um susto ao chegar no cativeiro das sucuris. Em vez de quatro, haviam 21 serpentes!

Uma das três fêmeas estava grávida do único macho, mas ninguém sabia. Ela deu a luz a 17 filhotes. Número baixo, segundo o biólogo Marcelo Bellini: "Uma fêmea do tamanho dela [com 4 metros] poderia acomodar 25 ou 30 filhotes", diz.

O Instituto abriu uma votação, para escolher o nome de um dos filhotes. Quem visitasse a exposição "Gigantes da Floresta" poderia dar o seu palpite em uma urna. Suri foi o nome mais votado para um dos "bebês", que é fêmea. A exposição fica em cartaz até 1º de dezembro.

"Fizemos a votação para tentar aproximar as pessoas e fazer com que conhecessem mais sobre as sucuris. As serpentes em geral causam medo ou nojo", conta. Segundo o biólogo, ela não é venenosa e só é agressiva quando percebe uma ameaça.

Entre as opções de nome estavam Abaré, que significa amigo em tupi-guarani, Sucuriju, nome dado as sucuris na Amazônia, Boiuna, lenda da Amazônia, e Lineu, cientista que descobriu a espécie. "Suri era o único nome que não tinha significado, foi sugestão de um dos educadores", conta Bellini.

Divulgação
sucuri filhote
Suri, sucuri filhote nascida no Instituto Butantan

As sucuris ficam grávidas por aproximadamente 6 meses. "Para saber se está grávida é preciso fazer um exame de ultrassom. Ou então percebemos que ela para de comer e ganha peso", conta Bellini.

Mas, segundo ele, a reprodução em cativeiro é muito rara de acontecer. "Na natureza vários machos estimulam a fêmea para reprodução, mas, em cativeiros, muitas vezes nem existem machos."

Suri nasceu com 80 centímetros, mas pode chegar a 10 metros. Ela se alimenta de camundongos (que pesam cerca de 40 gramas) a cada 15 dias. "Em cativeiro, as sucuris economizam energia porque recebem o alimento e não têm que sair para procurar a presa", diz Bellini.

Durante aproximadamente um ano, Suri ficará no recinto da exposição conhecido como "berçário", com umidade e temperatura sob controle. Depois, irá para o cativeiro, onde estão os adultos. Os seus irmãos não ganharam nomes porque provavelmente serão levados para diferentes zoológicos.


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