Folha de S. Paulo


Cemitério Gethsêmani têm flores e gramado; conheça outros pelo mundo

Meus amigos sempre fazem piada quando digo que gosto de cemitérios. E, com a graça, claro, costuma vir a pergunta: por que cargas d'água você gosta desses lugares?

É que, quando eu penso em cemitérios, lembro-me de flores, gramados, sombras de árvores enormes.

Isso porque o primeiro cemitério que conheci, quando tinha seis anos, foi o Gethsêmani, que fica no Morumbi, na zona oeste de São Paulo. É lá que meu avô está enterrado. Diferente dos mais tradicionais, com santos, túmulos de mármores e esculturas, esse cemitério é formado por um extenso gramado.

As lápides estão no chão, com os nomes de quem morreu, mas o que se vê por lá, principalmente, são árvores enormes, bancos ao longo dos caminhos, embaixo de sombras acolhedoras. Flores e jardins bem cuidados.

Assim que chegávamos, eu e minha irmã mais nova podíamos escolher que flores levar para lembrar o aniversário do meu avô.

Então, depois da jardinagem e cansadas por ter andado um bocado entre aqueles corredores de grama bem aparada, terminávamos o passeio em um daqueles bancos.

E, como o cemitério ficava longe da minha casa, minha mãe e minha avó costumavam levar algo para comermos. Conversávamos e descansávamos.

Já adulta, conheci cemitérios como vemos nos filmes e nas novelas. Mas, como já tinha uma vivência de que nesses lugares estão pessoas das quais gostamos, eu nunca me assustei com eles.


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