Quando tinha 12 anos, Carlos Eduardo passava os dias pichando prédios do bairro do Campo Limpo, em São Paulo. Hoje, ele é Kobra, 38, faz seus desenhos em muros de diversas cidades do mundo e se transformou em um dos maiores grafiteiros do país.
Kaique Cabrera também tem 12 anos. Ele passa as tardes grafitando uma parede na casa da avó, em Paraisópolis (para grafitar, é preciso autorização do dono do local; caso contrário, é ilegal). Mas ele nunca pensou em ser grafiteiro profissional. "Isso também não passava pela minha cabeça na sua idade. Mas hoje vivo de grafite", disse Kobra ao garoto.
A convite da "Folhinha", o artista encontrou Kaique e seu primo Luan Soares, 10, na São Paulo Fashion Week. Os garotos já frequentaram oficinas de grafite em Paraisópolis.
| Leonardo Soares/Folhapress | ||
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| Luan e Kaique acompanham o trabalho do grafiteiro Kobra, no Parque Vila Lobos, durante a SPFW. |
No evento de moda, que acabou ontem, Kobra fez uma obra que mostra um menino (grafitado na parede) segurando um carro de verdade. "Querem participar? Essas são as latinhas e essa é a pistola de tinta. Podem pintar a lateral do carro", convidou o artista frente aos olhos arregalados dos meninos.
| Leonardo Soares/Folhapress |
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E eles colocaram a mão na massa. Assim que começou, Kaique já recebeu a primeira lição. "Não faça os movimentos em círculos. Solte a tinta em linha reta", ensinou Kobra.
"Nunca tinha grafitado um carro", disse Luan.
"Foi inesquecível. Com as dicas, vou grafitar melhor e treinar mais meus desenhos", afirmou Kaique.
Enquanto os garotos pintavam, Kobra olhava atento. "Eles levam jeito. Só precisam de estímulo", falou, como se estivesse lembrando da época em que era o garoto Carlos Eduardo.
Veja vídeo dos garotos grafitando:
