Folha de S. Paulo


Games podem ajudar na sala de aula, diz ministra da Educação da Finlândia

Quando assumiu o cargo de ministra da Educação e Ciência da Finlândia, em maio deste ano, Krista Kiuru recebeu um presente inusitado de seu sobrinho. O garoto, que acabara de aprender a escrever, entregou a ela uma lista com cinco problemas da área da educação.

"Um dos tópicos era: 'Por que não posso me divertir com as coisas da escola e com minha lição de casa assim como eu brinco no fim de semana?' E ele tinha razão", disse Kiuru ontem, em São Paulo, em sua primeira visita ao Brasil.

A ministra veio ao país para participar de um seminário sobre educação e do Bett América Latina Cúpula de Liderança. A Finlândia se destaca por ocupar as primeiras posições nos principais rankings mundiais sobre educação, como o Pisa (Programme for International Student Assessment) e o Índice de Educação Global, da ONU.

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Krista Kiuru, ministra da Educação e da Ciência da Finlândia, em evento em São Paulo
Krista Kiuru, ministra da Educação e da Ciência da Finlândia, em evento em São Paulo

"A gente percebeu que os jogos podem ser úteis no aprendizado. Se usados a serviço da educação, eles não são apenas divertimento", acredita a ministra, que diz que o uso de games na sala de aula é uma tendência.

Para ela, tecnologia e sala de aula não podem ser mais separados. "A tecnologia já é parte da vida das crianças --muitas vezes, os menores sabem mais do que os professores. As possibilidades são tantas, porém, que ainda não conhecemos todas elas."

A tecnologia é empregada nas escolas públicas Finlândia, onde estudam 98% dos estudantes. O país, que fica no norte da Europa, tem pouco mais de 5 milhões de habitantes e uma realidade bem diferente da do Brasil.

O sucesso nos rankings de educação aconteceu após a implementação de escolas gratuitas e de qualidade, altos salários aos professores, acesso universal e uma qualidade homogênea em todas as regiões.

"Só posso falar sobre o que a Finlândia está fazendo. Os países trocam experiências, mas as realidade são diferentes. Não posso dar dicas nem respostas para os desafios que o Brasil enfrenta na área da educação. O que funciona conosco pode não funcionar aqui."


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