Folha de S. Paulo


Disco infantil de Vinicius de Moraes ganha nova versão com Chico, Caetano e outros

Se, como dizem, o Vinicius de Moraes era o poeta do amor, a "Arca de Noé" prova que também era o poeta do amor aos animais.

Acho que quando fez essas canções o Vinicius não acreditava mais na história bíblica de Noé. Mas não precisa ser cristão (nem acreditar em Deus) para curtir. Na época em que construiu sua arca, o poeta fez músicas sobre deuses afro-brasileiros. O que prova que coisas bonitas acontecem quando religiões convivem.

Os dois primeiros discos foram lançados quando eu tinha dois anos. São a trilha sonora de minhas lembranças mais antigas, acostumado desde cedo a patos patetas e casas que não tinham teto, não tinham nada.

O terceiro é lançado agora, quando sou pai de uma menina de dois anos. Foi feito com muito esmero (cuidado): o pessoal aprendeu a lição do Noé e convidou "bichos" de todo tipo na música.

Parece que "O Pato" foi feita para o Zeca Pagodinho. A Gal está toda colorida na música das borboletas. O Chitãozinho e o Xororó dão arrepio na gente com "A Corujinha"!

A Ivete Sangalo traz axé com "A Galinha-d'Angola". A Partimpim (que fez a capa) canta um "O Elefantinho" cheio de bossa. E a Mariana de Moraes, neta do poeta, com uma voz tão linda, até deixa a gente zonzo. E tem o Caetano, o Chico, o Erasmo, a Marisa Monte e outros. Só o Vinicius para reunir todo esse pessoal em clima de festa. É ou Noé?

Editoria de Arte/Folhapress

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