Folha de S. Paulo


Rock in Rio começou na sexta; "Folhinha" falou sobre o festival em 91

Na última sexta-feira (dia 13), começou o Rock in Rio, o maior festival de música do mundo. O evento, que reúne diversos shows ao longo de uma semana, já está na 13ª edição.

O espaço no qual o festival acontece, no Rio de Janeiro, é montado para receber milhares de pessoas. Ele é conhecido como Cidade do Rock --e parece uma cidade mesmo: além dos palcos dos shows, há restaurantes, lanchonetes, shopping e até uma roda-gigante.

A primeira edição do Rock in Rio aconteceu em 1985. De lá para cá, muita coisa mudou. Nos primeiros anos do festival, por exemplo, os roqueiros sofriam com a lama que tomava conta do espaço (o gramado artificial, que evita o barro, só foi instalado na Cidade do Rock em 2011). Hoje, existem telões de vídeo que ficam ao lado dos palcos, mas, antigamente, quem ficava longe dos artistas não conseguia ver (e nem ouvir!) o show.

Em 19 de janeiro de 1991, a "Folhinha" contou mais curiosidades sobre a evolução do Rock in Rio ao longo dos anos. Confira na matéria abaixo.

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André Forastieri
Especial para a "Folhinha"

O ser humano gosta de se reunir. Isso acontece desde a pré-história, quando as pessoas se juntavam nas cavernas para cantar e dançar.

No rock, isso começou na década de 60. Milhares de hippies se reuniam para curtir o som de caras, como o Jimi Hendrix e Rolling Stones.

O mais famoso desses festivais foi o de Woodstock, quando 900 mil jovens se encontraram para "três dias de música, paz e amor".

De lá para cá, muita coisa mudou. Em Woodstock faltou tudo. Já no Rock in Rio 2, que começou ontem, tudo é superorganizado.

Dentro do Maracanã, foram montadas lanchonetes, lojas de discos e livros. Tem até fliperama.

Nos aos 90 é assim: os roqueiros podem continuar rebeldes, mas agora exigem o maior conforto.

Renata Falzoni/Folhapress
ORG XMIT: 244501_0.tif Música - Rock in Rio, 1985: o cantor britânico Rod Stewart durante apresentação no Rock in Rio, no Rio de Janeiro (RJ), em 13 de janeiro de 1985. (Rio de Janeiro, RJ, 13.01.1985. Foto de Renata Falzoni/Folhapress)
O cantor britânico Rod Stewart durante apresentação no primeiro Rock in Rio, em janeiro de 1985

Os brasileiros

O Brasil chegou atrasado no mundo do rock. Os festivais de rock só apareceram por aqui nos anos 80.

Os primeiros festivais brasileiros aconteceram em Iacanga, interior de São Paulo. A intenção era boa, mas a organização era uma bagunça.

O primeiro grande festival foi o Rock in Rio, em 1985.

Foram dez dias de shows, assistidos por mais de 1 milhão de pessoas. Mas ainda faltou muita coisa: não tinha telões legais e o gramado era um barro só.

Com o tempo as coisas foram se organizando. Nos últimos anos, acontecem vários "supershows", como o do A-Há, e as duas edições do Hollywood Rock, em 88 e 89.

Fã aguenta tudo

Quando um show é bom de verdade, quem é fã faz qualquer sacrifício. E ainda vai para casa feliz da vida, no final.

Quando milhares de pessoas se reúnem no mesmo lugar, sempre acontece um ou outro problema. Às vezes é um chato do seu lado que não para de dar cotoveladas. Ou então algum briguento que resolve armar confusão.

Se você é criança, pior ainda. Quase nunca consegue enxergar alguma coisa.

Agora, quando toda essa gente é fã do cara que está no palco e quer chegar o mais perto possível dele, a coisa fica pior. Você é obrigado a aturar o aperto.

Os equipamentos

Fazer um show para milhares de pessoas exige um equipamento de primeira. Se não quem está lá atrás não vê nem ouve nada. Hoje todos os grandes shows tem um supersistema de som, caixas gigantes, telões e iluminação controlada por computador.

No Rock in Rio 2, a coisa é mais caprichada ainda. O estádio do Maracanã virou uma gigantesca nave espacial, com direito a laser e fogos de artificio.

O gramado foi coberto por um piso de madeira, os banheiros foram reformados, e até um mini-hospital foi montado para atender emergências. Dois telões gigantes foram instalados, um de cada lado do palco.


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