Folha de S. Paulo


Renato Aragão já fez 47 filmes; adivinhe qual foi o mais marcante para ele

Renato Aragão, conhecido pelo personagem Didi, foi o convidado da "Roda da Folhinha", que comemora os 50 anos do caderno.

O ator e humorista conversou com jornalistas e crianças no último sábado (24), no Teatro dos Quatro, no Rio de Janeiro. O evento teve transmissão ao vivo pelo UOL, que pertence ao Grupo Folha, que edita a Folha.

Quando o microfone foi aberto à plateia, Ogislene, 14, quis saber qual filme mais marcou a carreira do artista. "O que me marcou mais foi 'Bonga, o Vagabundo'. Mas esse não teve sucesso", contou Renato Aragão.

Leia abaixo a íntegra do bate-papo com crianças e participantes da plateia.

Daniel Marenco/Folhapress
Renato Aragão, 78, na 'Roda da Folhinha
Renato Aragão, 78, na 'Roda da Folhinha'

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Raquel, 10 - Você é um bom pai?
Renato Aragão - Eu sou o melhor pai do mundo. Eu me considero assim. Sou um pai esforçado. Faço muita força para ser um bom pai e não vou desistir.

Vitoria, 11 - Você tem orgulho do que é hoje?
Não só orgulho como eu sou a criatura mais feliz do mundo por ter essa profissão. Isso é o que tenho que agradecer a Deus todos os dias. Quem faz o que gosta, todo dia é feriado.

Arthur, 12 - Por que resolveu fundar o Criança Esperança?
Começou o Criança Esperança com uma grande campanha que quis fazer para ajudar a seca no Nordeste. Com doações de roupas e mantimentos. Teve uma seca de três anos que foi muito sofrida. Pedi à TV Globo, falei que queria fazer uma campanha para ajudar. A direção geral aceitou fazer. Fez um sucesso muito grande. Daí a Globo quis continuar, fazer isso sempre, mas com o nome de Criança Esperança.

Daniel Marenco/Folhapress
Raquel Santos, 10, participou da 'Roda da Folhinha
Raquel Santos, 10, participou da 'Roda da Folhinha'

Luis, 20 - Como funciona o seu processo criativo? Onde busca as suas inspirações?
Eu nasci comediante para criança. O meu estilo é infantil. Não é só circense, mas é infantil. Eu sempre escrevi meus filmes, meus quadros humorísticos. Então eu escrevo de calça curta, para poder entrar no clima da criança. Na verdade, é muito fascinante escrever para criança. Você tem que escrever e ao mesmo tempo sentir a imagem que você está escrevendo. Para fazer para adulto, você bota mais o diálogo. Mas para criança, tem a mímica, tem que ter ação. E eu gosto muito de fazer ação. Isso é o que me estimula.

Manoel, 59 - Passei 20 anos vendo os Trapalhões e imitando o Didi. E nunca tive o prazer de conhecê-lo pessoalmente. Só agradeço, obrigado.
Eu que agradeço você, a sua persistência, o seu carinho. Como é que posso pensar em aposentadoria de vejo esse público maravilhoso, que me acompanhou e me acompanha? Vocês é que me dão força.

Ana Luiza, 8 - Qual o lugar do Brasil que o senhor mais gosta?
É o meu eterno Ceará. Se eu pudesse, eu moraria no Ceará. Não moro porque não tem condição, estou estabelecido aqui, o meu trabalho é aqui. Mas vou dizer: duas vezes por ano eu volto para a minha terra. Para sentir as minhas raízes, o cheiro da terra, aquele mar maravilhoso, aquela gente amiga, os meus amigos de infância (que se alguns levantarem a mão, o homem lá de cima puxa), então, modos que é o Ceará. Mas o Brasil inteiro me acolheu. Vim de lá para cá. Na verdade eu amo todo o meu país.

Daniel Marenco/Folhapress
Miguel Willemann Cordeiro, 6, fez perguntas ao humorista
Miguel Willemann Cordeiro, 6, fez perguntas ao humorista

Miguel, 6 - Você gosta de fazer filme para as crianças?
É só o que quero fazer na minha vida. Vou morrer fazendo filme para vocês, para essa faixa etária. O adulto pega carona. Vem junto porque é o pai, mas ele gosta também.

Ogislene, 14 - Qual filme te marcou?
O que mais me marcou não foi o que marcou o público. O que teve mais sucesso foi "Os Trapalhões nas Minas do Rei Salomão", mas o que me marcou foi "Bonga, o Vagabundo". Tenho vontade de fazer um remake.

Rafael, 7 - Quantos filmes você já fez?
Fiz 47 filmes.

Caroline, 13 - Você sabe dançar?
A gente tem que fazer tudo nessa profissão. Nem que não saiba, a gente tem que aprender a dançar. Aprendi a dançar com o Ney Matogrosso. Lembra da dança que eu fazia com ele? Mas não sou um pé de valsa.

Andreia, 38 - Você ainda tem algum sonho que não realizou?
Eu prefiro primeiro dormir para ver esse sonho. A gente sempre está sonhando. Eu sempre pretendo fazer alguma coisa. A gente sempre tem que sonhar, botar na cabeça uma ideia melhor. Com certeza eu vou realizar outros sonhos na minha vida. Sonho com projeto, né? Mas não pode ficar só sonhando, tem que correr atrás. Tem que realizar. Se você tem competência e capacidade para realizar o seu sonho, corra atrás que você vai conseguir. Vai conseguir o impossível.

Taísa, 12 - Você já fez alguma cena de que não gostou?
Várias. A maioria das [cenas] que faço vejo que podia ter feito melhor. Na verdade, quando a gente faz um script ou um quadro, um filme, a gente vai tentando tirar os erros, mas quando sai do papel e vai para o set, muita coisa é diferente do que escreveu. Daí refaz, corta muita coisa na cena. Nunca vai 100%.

Fernanda, 12 - Gostaria de voltar a fazer o "Acampamento de Férias"?
Fiz três edições. O meu propósito de 2015 é esse, de voltar a ter um seriado assim. Eu não queria falar muito, é por aí que vou fazer. Um seriado fora dos estúdios, em todo o Brasil, filmando em vários cenários diferentes.

Daniel Marenco/Folhapress
Vitoria Roberta do Nascimento, 11, participou de evento
Vitoria Roberta do Nascimento, 11, participou de evento

Renato Losandres, 41 - Em várias comunidades na internet, estão perguntando sobre reprises.
Eu também estou com saudade de reprisar muita coisa, mas eu dependo da TV Globo. Eu estava fazendo Vídeo Show, estávamos fazendo alguns lampejos dos quadros dos Trapalhões. Mas eu tenho vontade de abrir um espaço. Sei lá, aos sábados e botar meia hora de reprise dos Trapalhões. Vai fazer sucesso com certeza porque não é só conquistar a geração de vocês, mas também essas crianças novas, que nunca viram os Trapalhões, precisam disso precisam ter esse espaço, esse tipo de programa para existir.


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