Um dia, a Alice, minha netinha de quatro anos, saiu da cozinha pisando duro, foi à sala onde eu lia, apontou o dedinho para o alto, na direção de meu 1,98 m de altura, e disse:
"Vovô, nunca mais deixe papel melecado de doce na pia porque junta formiga. É muito feio."
- Marcelo Leite: Para ver e se aventurar
- Hélio Campos Mello: Um cara surpreendente
- Maria José Silveira: Avós de ontem ou de hoje
Esse episódio, apenas um entre tantos que a atrevida mocinha protagoniza, me dá a certeza de que o livro "Como Ser Babá do Vovô" (Jean Reagan) não é ficção.
Retrata a realidade das relações netos/netas/avôs/avós: os pequenos tratam de disciplinar os mais velhos, ao contrário do que seria o, digamos, normal.
O livro coleciona atividades que o neto acaba "ensinando" ao avô: como brincar com o vovô, o que fazer em um passeio, quais os lanches de que o vovô deveria gostar, mas que, na verdade, quem gosta é o neto.
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Atrevo-me a dizer que o livrinho é mais para os avós do que para as crianças. Ou melhor, para ambos. Eu li primeiro --e gostei. A Alice leu logo depois --e gostou também.
"COMO SER BABÁ DO VOVÔ"
AUTOR Jean Reagan (tradução Érico Assis)
EDITORA Companhia das Letrinhas
PREÇO R$ 29
INDICAÇÃO de 2 a 8 anos
CLÓVIS ROSSI é repórter especial, membro do Conselho Editorial da Folha e avô de Tiago, 20, Natália, 19, e Alice, 4