Folha de S. Paulo


Nova versão de 'Chiquititas' trata de rejeição, preconceito e 'namoricos'

Ao som da música "Remexe", Mili, Bia, Cris, Vivi, Ana e Tati invadiram um dos estúdios do SBT, e começaram a dançar a coreografia que virou febre nos anos 1990, quando "Chiquititas" foi exibida no Brasil pela primeira vez. Nesta terça-feira, elenco, direção e Iris Abravanel, autora da versão atual, deram uma entrevista coletiva e adiantaram algumas das surpresas que o público poderá ver na TV a partir de 15 de julho, data da estreia da novela infantil.

"Fizemos uma adaptação da versão original de 'Chiquititas', mas ela está totalmente atualizada para os dias atuais. Hoje, as crianças estão conectadas no mundo, não dá para ignorar isso. A novela vai ter internet, blog e toda a parafernália tecnológica", contou Iris Abravanel.

O cenário principal da trama é o orfanato Raio de Luz, onde as meninas moram e constroem uma nova família. "Uma das propostas é enfatizar o problema da rejeição da criança, mas não só a da que vive no orfanato. Às vezes, mesmo num lar cheio de gente, ela se sente sozinha, e isso vai aparecer na novela. Vamos abordar ainda a questão do preconceito. As crianças precisam aprender desde cedo a conviver com as diferenças", acrescentou a autora. Temas ligados à pré-adolescência, como o primeiro beijo, os conflitos e os "namoricos", também vão ter espaço garantido.

Assim como nos anos 1990, "Chiquititas" exibirá vários clipes musicais dentro dos capítulos. "A trilha sonora é uma mistura das melhores músicas da versão antiga com várias novidades", contou Arnaldo Saccomani, diretor musical da novela, que preferiu guardar segredo sobre o que seriam essas novidades.

ANSIEDADE

Já mais acostumadas com o ambiente e com a rotina das filmagens, as crianças agora esperam ansiosas para ver o resultado do trabalho nas telas e nas ruas.

"Eu 'tô' pirando! Quero muito me ver na TV. Esse é o nosso momento", diz Giulia Garcia, 9, que interpreta a divertida e medrosa Ana em "Chiquititas", sua primeira novela. "Está sendo muito legal participar das gravações. É um trabalho, mas a gente se diverte". E levam broncas de vez em quando? "Bronca, não. Eu encaro como 'conselhos de cena'", sorri a garota.

Depois de uma ponta em "Carrossel", Guilherme Vieira, 10, enfim conseguiu um lugar "fixo" na TV. O intérprete de Binho, em "Chiquititas", chegou até a quarta fase dos testes para "entrar" na Escola Mundial antes de ser eliminado. "Fiquei triste, mas minha mãe dizia que alguma coisa melhor iria acontecer", conta.

Agora às vésperas da estreia, Gui, como gosta de ser chamado, não aguenta mais esperar pelo dia 15 de julho. "Estou ansioso. Vai ser uma coisa muito boa para todos nós."

Os amigos vivem querendo saber mais sobre sua nova vida de ator. "Outro dia, um deles me perguntou quanto eu pagava para fazer novela. Sou eu quem recebo, é o meu trabalho", afirma, cheio de convicção.

Giovanna Grigio, 15, calcula ter participado de cinco testes antes de conquistar o papel da Mili, um dos principais de "Chiquititas". "Quando não dá certo, a gente fica triste, se perguntando por que não foi dessa vez. Mas nunca passou na minha cabeça desistir. Ainda bem, pois se tivesse pensado assim, não estaria aqui hoje".

Na versão original da novela, Mili foi interpretada por Fernanda Souza. A personagem deu grande destaque à atriz, que deslanchou na carreira. "Por enquanto está tudo tranquilo. Ainda não tenho noção do tamanho da Mili", diz Giovanna.

Falta pouco para a garota descobrir. A partir do dia 15 de julho, às 20h30, milhares de crianças vão acompanhar de perto as aventuras da turma do orfanato Raio de Luz e definir a grandeza do sucesso das novas Chiquititas.


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