Folha de S. Paulo


Série de fotografias mostra preferência de meninas por rosa e de meninos por azul

Quando fez cinco anos, a filha da fotógrafa sul-coreana JeonMee Yoon resolveu mudar de vida. A partir dali, todos os seus brinquedos, roupas, acessórios e materiais escolares deveriam ser rosa. E nem pensar em outra cor!

"Percebi que não era só a minha filha. É um fenômeno espalhado por vários países. Independentemente da cultura, meninos querem coisas azuis e meninas preferem rosa", diz Yoon.

Pensando nisso, ela começou em 2005 o "The Pink And Blue Project" [Projeto Rosa e Azul, em português], em que fotografa crianças com objetos achados em seus quartos.

O resultado é uma confusão azul, no caso dos meninos, e uma avalanche cor-de-rosa, com as meninas. Com roupas, bonecos e bicicletas de uma cor só espalhados na cena, fica difícil achar a criança na foto.

"Quando vejo meninos com roupa azul ou meninas com acessórios cor-de-rosa em lojas ou no metrô, logo vou falar com seus pais sobre o projeto."

Para a fotógrafa, a propaganda é a responsável por criar uma cor específica para meninos e meninas. "Os comerciais da Barbie e da Hello Kitty, por exemplo, treinam as garotas para escolher o rosa a fim de se sentirem mais femininas. O mesmo acontece com os meninos", diz.

MENINAS E MENINOS DEVEM TER BRINQUEDOS DIFERENTES?

Deveriam existir brinquedos só para meninos e outros apenas para meninas? Essa pergunta levantou uma discussão na Folha no mês passado.

A colunista Rosely Sayão, no dia 28 de maio, se colocou contra empresas que oferecem produtos diferentes para cada gênero. "A decisão de comercializar produtos dirigidos para meninas e para meninos é uma ação que expressa uma total irresponsabilidade social."

Um dia depois, o colunista Hélio Schwartsman, disse que "as preferências de meninos e meninas por brinquedos específicos para cada gênero envolvem mais do que preconceitos". "Existe uma base biológica." E lembrou que chimpanzés fêmeas usam gravetos como se fossem bonecas, enquanto os machos os utilizam como se fossem armas.


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