Folha de S. Paulo


Pouco conhecido entre crianças, Fernando Pessoa completaria 125 anos hoje

O poeta Fernando Pessoa, considerado um dos principais escritores da língua portuguesa, completaria hoje 125 anos.

Famoso entre os adultos por seus heterônimos (nomes que ele inventava ao assinar seus textos), Fernando Pessoa geralmente não é conhecido pelo universo infantil. Mesmo que, entre sua obra, esteja um livro de poesias para crianças, "Comboio, Saudades, Caracóis" (ed. FTD; R$ 37,20).

Inaugurada em 2010, uma exposição no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, ajudou a criançada a conhecer a obra do poeta. "Fernando Pessoa, Plural Como o Universo" ficou em cartaz até fevereiro de 2011 e recebeu uma visita da "Folhinha".

Leia o texto sobre esta visita abaixo e conheça mais sobre Fernando Pessoa.

FotosDivulgação
Fernando Pessoa (1888-1935), em várias fases da vida
Fernando Pessoa (1888-1935), em várias fases da vida

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"Tudo vale a pena se a alma não é pequena." Este é um verso bem conhecido, escrito pelo português Fernando Pessoa.

Ele é um dos poetas mais importantes da nossa língua e agora ganhou uma exposição só dele, no Museu da Língua Portuguesa: "Fernando Pessoa, Plural como o Universo". Só dele, mas dividida entre muitos.

É que Fernando Pessoa gostava de escrever trocando seu nome por outros inventados. Assinava como Alberto Caeiro quando queria falar sobre a natureza. Como Álvaro de Campos, quando desejava fazer críticas. E, quando tratava de figuras mitológicas, encarnava o personagem Ricardo Reis. Tem também Bernardo Soares, o mais parecido a Fernando Pessoa.

Em sua obra, há vários outros heterônimos, como são chamados esses nomes imaginários. Esses são apenas os mais conhecidos. Mas todos faziam parte de Fernando Pessoa.

Na exposição, você descobre não só a obra, mas também aprende sobre a vida desse poeta, que nasceu em Lisboa, capital de Portugal, em 1888, e morreu em 1935.

Convidamos quatro alunos do colégio Rio Branco para visitar a exposição e opinar: Guilherme Rossi, 10, Thales Antônio, 9, Ana Paula de Toledo, 9 e Rafaela Tchalian, 9. Todos gostaram muito do que viram.

Cada personalidade criada por Pessoa recebeu um espaço especial. Além de versos do poeta, um som o identifica. No espaço de Alberto Caeiro, por exemplo, ouvimos pássaros cantando. Já no de Bernardo Soares ouvimos um fado (canção típica portuguesa), pois ele tem personalidade semelhante a Pessoa.

As informações são espalhadas por uma espécie de labirinto bastante interativo: dá para ler obras de Pessoa, escritas em várias línguas, e passar páginas de um livro virtual.

Um personagem importante na obra de Fernando Pessoa é o mar. Por isso, ele aparece com destaque na exposição. A parte favorita do Guilherme e da Ana Paula foi uma instalação que reproduz em uma tela a areia da praia. A imagem de uma onda é projetada sobre ela; quando a onda desaparece, um poema de Pessoa surge escrito sobre a areia.

Gabriella Mancini/Folhapress
Rafaela, Ana Paula, Guilherme e Tales visitam a exposição
Rafaela, Ana Paula, Guilherme e Tales visitam a exposição

No final do passeio, as crianças tinham aprendido bastante sobre a vida de Fernando Pessoa e lido alguns versos (preferiram os de Caeiro, que às vezes chamavam de "Carneiro", por confusão).

"Deu para entender tudo, não é muito complicado", disse o Guilherme.

Rafaela também gostou do que viu. "Achei bem legal conhecer alguém que criou várias personalidades."

E Thales completou: "Valeu a pena!"


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