Folha de S. Paulo


Quando bicho de estimação morre, criança não deve ganhar outro logo em seguida

Quando o animal de estimação morre, é natural que as crianças sintam saudades. Ao ver os filhos sofrerem, muitos pais logo pensam: vamos comprar outro bichinho.

"Eu desaconselho a comprar um novo logo em seguida. É importante que a criança viva essa tristeza. É assim que ela aprende que as pessoas não são substituíveis", conta Maria Helena Franco, coordenadora do Laboratório de Estudos Sobre o Luto da PUC.

Moacyr Lopes Junior/Folhapress
Isabelly Miranda, 6, cujo cachorro morreu em março
Isabelly Miranda, 6, cujo cachorro morreu em março

Para ela, passar por esse tipo de perda durante a infância pode ser até importante. "A criança vai sentir saudade, vai chorar, mas vai aprender uma grande lição: os seres vivos morrem", completa.

Vanice Teixeira, psicóloga e presidente da Uipa (União Internacional Protetora dos Animais), concorda. "Os pais não ensinam para as criança o que é a morte. Por isso os animais são importantes."

A superproteção pode atrapalhar. "Os pais querem fazer com que a criança não sofra. Mas o sofrimento é natural. Passar pelo luto na infância pode ajudar na vida adulta", opina Maria Helena.

Segundo a pesquisadora, contudo, é possível amenizar esse sofrimento. "Falar sobre a perda e lembrar do bicho pode ajudar a superar a situação."


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