Folha de S. Paulo


Crianças começaram a se interessar por livros após ler 'Diário de um Banana'

Pergunte a qualquer criança quem é Greg Heffley e é quase certeza que a resposta estará na ponta da língua. Greg é o protagonista da série "Diário de um Banana" sobre um garoto que sempre se envolve em confusões.

O autor da série, Jeff Kinney, veio pela primeira vez ao Brasil para lançar o sétimo volume, "Segurando Vela". Em São Paulo, ele conversou com os alunos das escolas Pio XII, no Morumbi, e Internacional, em Alphaville.

A série já vendeu mais de 75 milhões de exemplares - 2,1 milhões só no Brasil. E ainda rendeu três adaptações para o cinema. "O formato do livro, reúne textos com linguagem simples e ilustrações, o que torna a leitura mais acessível e divertida. Acho que as situações da infância são universais", diz o autor.

Já as crianças se identificam, de alguma forma, com os personagens. "Sou um pouquinho mais azarado que o Greg. Tento colocar meus planos em ação e não dá certo", conta Fernando Mancini de Sousa, 11 anos, aluno da Escola Internacional de Alphaville. "E tenho um blog que é como um diário, onde escrevo sobre acontecimentos especiais".

Já Carolina Silvério do Prado, 10, se acham mais parecida com outra personagem. "Eu adoro o Greg e suas confusões, mas tenho um lado mais Patty Farrel. Quando penso em uma coisa, entro de cabeça. E também porque assusto os meninos às vezes".

Em um ponto, todos discordam um pouquinho de Greg, que quer, a todo custo, ser popular na escola. "Eu tento jogar bem futebol e estudar. Mas não adianta ser popular e ter amigos falsos. O que importa é ter amigos de verdade como ele tem o Rowley", diz Guilherme Fontana Louro, 12 anos.

Tales Pioli, de 10 anos, concorda. "Mais importante que ser popular é ser você mesmo. Seu amigo vai gostar de você do jeito que é".

Além de estimular a leitura, a série estimulou também a escrita. No Pio XII, os alunos produziram 120 diários que ganharam nomes como "Diário de uma menina fofa" e "Diário de um garoto radical", provando que diário não é coisa de menina.

Caroll Pedroso, 9, guarda todos os diários que já escreveu. "O bacana é expressar os sentimentos que quer manter em segredo, que não quer contar nem para sua melhor amiga. Se estou com raiva, eu desabafo no diário e fico aliviada."

Um dos grandes méritos da coleção foi conquistar novos leitores. Muitas crianças que não eram fãs de leitura se tornaram devoradoras de páginas.

"Eu não gostava de ler porque os livros eram chatos. Meus amigos me falaram de "Diário", peguei um volume na biblioteca e li de uma vez. E já li a coleção inteira", conta Pedro Torino, de 11 anos. "É diferente do videogame porque você se envolve com a história".

Quando Jeff Kinney disse que, a princípio, a série terá dez volumes, as crianças ficaram um tanto tristes. Mas garantiram que não se sentirão órfãs das aventuras de Greg. "Eu não queria que acabasse porque a série é bem legal. Então vou ler outros livros porque descobri que adoro ler", diz Pedro.

Divulgação
O escritor Jeff Kinney vem ao Brasil para o lançamento do novo 'Diário de um Banana
O escritor Jeff Kinney vem ao Brasil para o lançamento do novo 'Diário de um Banana'

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