Folha de S. Paulo


Infantis de Chico Buarque e Vinicius de Moraes ganham novas versões na Virada Cultural

A casa muito engraçada, aquela que não tinha teto e não tinha nada, entrou no ritmo do punk rock. Já o conhecido pato, pata aqui, pata acolá, virou um dub (estilo que une reggae e música eletrônica).

O responsável pela mistura foi o músico André Abujamra, que vai apresentar essas invenções na Virada Cultural, no próximo fim de semana, em São Paulo (veja destaques da programação infantil na página 7).

"A gente vai tocar todas as músicas do disco 'A Arca de Noé', do Vinicius de Moraes. Mas eu mudei tudo. São as mesmas músicas, mas com ritmos malucos", conta.

O show faz parte da programação infantil do evento, batizada de Viradinha Cultural. Pela primeira vez desde que a Virada foi criada, um palco, localizado na estação da Luz, vai trazer apenas atrações destinadas às crianças.

"Existia uma necessidade de criar uma alternativa para a infância, por isso montamos um palco só para elas. A esperança é que isso gere uma massa de pais e filhos que torne o centro um ambiente mais familiar, mais delicado", diz Juca Ferreira, secretário municipal da Cultura.

Entre os nomes confirmados estão Palavra Cantada, Barbatuques, Banda Mirim, Pequeno Cidadão e até um espetáculo do desenho "Peixonauta". A dupla Kleiton & Kledir também apresenta seu primeiro trabalho infantil, "Par ou Ímpar".

Divulgação
André Abujamra com o figurino do show em que toca
André Abujamra com o figurino do show em que toca "A Arca de Noé"

CLÁSSICOS
A "A Arca de Noé" não será o único clássico infantil a ser tocado na íntegra. Todas as músicas do álbum "Saltimbancos", de Chico Buarque, vão ganhar uma versão do grupo Bixiga 70.

"O disco fez parte da infância de muitos pais, mas as crianças geralmente nunca ouviram as canções. A gente vai apresentar esse repertório para elas", conta Marcelo Dworecki, diretor artístico do show.

Essa é a primeira vez que a banda, conhecida por misturar ritmos da música latina, brasileira e africana, faz um projeto para o público infantil.

"O desafio foi colocar um suingue nas músicas, que no original são acompanhadas por orquestra. O bom é que vai dar para saber se deu certo. Se a criança não gostar, ela vai virar a cara, vai chorar. O público adulto tem alguns filtros que as crianças não têm", diz Marcelo.

Editoria de Arte/Folhapress

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