Em Hollywood, a menina da vez tem um nome difícil de pronunciar: Quvenzhané Wallis, 9, a mais jovem indicada ao Oscar de melhor atriz em toda a história, por seu papel no drama "Indomável Sonhadora", que estreia no próximo dia 22 (classificação indicativa: 10 anos).
Assista a entrevista com a equipe e o elenco de 'Tainá - A Origem'
Mas, no Brasil, outra menina de nome difícil -e mais jovem- chega ao cinema como estrela: a índia Wiranu Tembé, 8, da aldeia Tekohaw (Pará).
Ela sobe em árvore, enfrenta vilões e salva a Amazônia em "Tainá - A Origem", que estreou ontem. O mais impressionante é que Wiranu não falava português quando foi descoberta, aos cinco anos, pelo preparador de elenco Claudio Barros. Em sua aldeia, onde se fala tupi, as crianças só aprendem português na escola, aos sete anos.
Para piorar, o roteiro do filme exigia uma menina mais velha. Mas nada disso atrapalhou. Ela aprendeu rapidamente a falar português, e o roteiro foi reescrito para que Tainá tivesse a sua idade. Valeu a pena: na tela, Wiranu faz todo mundo acreditar que é uma índia guerreira.
"Tainá - A Origem" é o terceiro filme com a personagem. Nos dois primeiros, de 2001 e 2005, ela foi interpretada por Eunice Baía (que já está adulta e se tornou mãe). Desta vez, sabemos como Tainá ficou órfã e por que seu destino é proteger a Amazônia.
Outras duas crianças participam do filme: Igor Ozzy, 11, no papel de um índio que usa um computador para suas descobertas, e Beatriz Noskoski, 10, que interpreta uma menina da cidade em visita ao avô (Nuno Leal Maia). Os dois também não tinham experiência em cinema ou TV.
"Subo em árvore desde os quatro anos", disse Wiranu à Folha para comentar uma das cenas mais difíceis. Mas o seu momento preferido é quando a personagem voa sozinha dentro de um balão.
"O Claudio estava escondido, bem encolhidinho [no cesto do balão]", revela. Wiranu diz que não ficou com medo. E que gostaria de fazer outro filme. A americana indicada ao Oscar que se cuide!