Folha de S. Paulo


Novo filme da Disney tem piadas relacionadas a jogos dos anos 80 e 90

"Pai, o que o Mario faz quando o videogame está desligado?", perguntei uma vez, quando criança. "Ele aproveita para dormir, já que você faz ele pular muito", recebi como resposta.

Em "Detona Ralph", animação da Disney que estreou ontem nos cinemas, descobri que os personagens de jogos eletrônicos fazem mais do que descansar: eles visitam os jogos uns dos outros e se encontram para bater papo, assim como os brinquedos de "Toy Story".

Meu encanador bigodudo não dá as caras no filme, mas seu arqui-inimigo Bowser está lá e faz terapia de grupo com outros malvados, como Zangief e M. Bison, de "Street Fighter", Robotinik, o antagonista de "Sonic", e Clyde, um dos fantasminhas que perseguem o vilão "Pac-Man".

Entre eles está Ralph, o protagonista da animação. Cansado de ser sempre visto com maus olhos, o vilão acostumado a destruir tudo no game "Conserta Félix Jr.", inicia uma saga por diversas gerações de jogos eletrônicos para provar que ele também pode ser um super-herói.

Divulgação
Reunião de vilões em
Reunião de vilões em "Detona Ralph", novo filme da Disney

A premissa da nova animação da Disney --o cara mau que quer virar mocinho-- já foi tema na quadrilogia do ogro Shrek e no longa "Meu Malvado Favorito", da concorrente Dreamworks, além de "Megamente", da Universal.

Mas, apesar de não ser original, a trama diverte e tem o mérito de agradar fãs de videogames sem que as referências atrapalhem o filme para quem não é muito entendido de assunto.

Piadas que remetem a jogos da década de 80 e 90 estão no filme --o próprio game "Conserta Félix Jr." teve como inspiração o clássico de fliperama "Kong", que tinha como vilão o gorila Donkey Kong, que lembra o fortão de coração gigante Ralph.

Embora a primeira metade do filme seja melhor e mais desenrolada, o diretor, Rich Moore (que já assinou alguns episódios dos Simpsons), consegue fazer a melhor união entre games e animação que já foi vista no cinema. "Detona Ralph" é, para todos os efeitos, o conto de fadas do século 21.


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