Folha de S. Paulo


Cuiabá evita 'armagedon' e tenta viabilizar futuro de estádio

O cenário em Cuiabá era desanimador no início de maio. Do aeroporto até a Arena Pantanal, o que mais se via pelas avenidas eram operários, máquinas pesadas e placas de desvio. Das 56 obras prometidas, apenas 19 haviam sido entregues -e a maioria pela metade.

Bastou os turistas chegarem para o cuiabano, apreensivo, começar a relaxar. Dos chilenos festeiros aos tímidos australianos, não vieram críticas, mas elogios à hospitalidade local.

Obras de última hora para evitar um nó no trânsito deram resultado. Redes especiais de ônibus funcionaram bem e não houve grandes congestionamentos.

"Tínhamos receio, e havia motivos concretos para isso. Mas a verdade é que a cidade foi muito bem e passará a ser vista com outros olhos", avaliou o historiador Alfredo Menezes.

Luiz Verdum, do sindicato de hotéis, bares e restaurantes, diz que o evento foi "extremamente positivo", mas que hotéis ficaram no prejuízo.

"Vieram muitos mochileiros com dinheiro contado. Dormiam em qualquer lugar ou pagavam apenas uma diária. Mas o retorno virá, pois provamos que podemos receber grandes eventos", avaliou.

Para o engenheiro André Schuring, do Crea-MT, a qualidade das obras feitas às pressas para o evento deixou a desejar.

"Fizeram uma maquiagem para que a cidade ficasse trafegável. Deu certo, mas não podemos deixar de cobrar a cidade que prometeram", disse.

LEGADO

Em entrevista após o último jogo na cidade, o governador Silval Barbosa (PMDB) prometeu finalizar as obras em andamento.

"Temos recursos e contratos para concluir todas as obras. Esse é um fantasma que a população cuiabana pode extinguir", disse.

Entre as pendências está a principal obra de mobilidade urbana prometida para a Copa: o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), orçado em R$ 1,5 bilhão, que tinha conclusão prevista para março passado e ficou para dezembro.

Sobre o futuro da Arena Pantanal, o governo disse que prepara o edital de concessão do espaço à iniciativa privada. Enquanto isso, negocia a realização de jogos do Campeonato Brasileiro da Série A.

A única partida confirmada até agora para o estádio será o jogo entre Cuiabá e Paysandu, pela Série C do Brasileiro, no dia 20 de julho.


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