Folha de S. Paulo


Presidente da Venezuela defende Suárez em programa de TV

Apesar de enfrentar seguidos protestos internos e forte crise econômica, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, achou tempo para transformar a suspensão do uruguaio Luis Suárez em uma questão de Estado.

Ele participou ao vivo nesta sexta (27) do programa "De Zurda", que tem a participação diária de Diego Maradona.

Maduro encontrou jeito de colocar a suspensão de nove jogos internacionais e quatro meses do futebol, imposta pela Fifa ao atacante, como uma luta de países ricos contra pobres. Dos colonizadores contra os oprimidos.

Suárez pegou o gancho após morder o zagueiro Chiellini, da Itália, em partida entre as duas seleções, pela primeira fase.

"Eles [da Fifa] não perdoam que um filho do povo tenha eliminado duas potências", disse o presidente, acusado de ordenar a prisão de oposicionistas na Venezuela.

O presidente se refere aos gols marcados pelo centroavante uruguaio nas vitórias sobre Inglaterra e Itália, duas seleções eliminadas na fase de grupos do Mundial.

"Doloroso e desproporcional o que fizeram a Suárez, um filho da América Latina. Nós rechaçamos esta medida", completou.

Maduro é patrão de Maradona. O programa é transmitido pela TeleSur, emissora estatal venezuelana. Também é retransmitido pela TV Pública argentina, outro canal que pertence a um governo nacional.

O ex-jogador tem feito, sempre que possível, um programa ideológico usando o futebol e defendendo os políticos de esquerda do continente sul-americano.

Reprodução
Presidente da Venezuela, Nicolás Madura, defende Suárez no programa
Presidente da Venezuela, Nicolás Madura, defende Suárez no programa "De Zurda"

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