Folha de S. Paulo


Fifa diz já ter saída para Itaquerão, mas ninguém assume conta a pagar

A Fifa anunciou ontem que os problemas financeiros relativos à obra do Itaquerão, estádio da abertura da Copa, foram solucionados.

"A situação financeira está resolvida. Temos que fazer tudo o que pudermos para que as instalações temporárias fiquem prontas a tempo", afirmou Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa, em entrevista concedida na sede da entidade, na Suíça.

Entretanto, o cartola não disse quem irá bancar os R$ 60 milhões necessários para a contratação das estruturas temporárias e dos itens do estádio que serão incluídos nessa conta, como o aluguel de telões e a infraestrutura das áreas VIPs.

Até agora, contudo, nenhum dos entes envolvidos no imbróglio assumiu que vai pagar esta quantia.

O Corinthians, que contratualmente é responsável pela conta, segue dizendo que busca parceiros que viabilizem as contratações.

A Prefeitura de São Paulo, o governo do Estado e governo federal também garantem que não vão aportar dinheiro na aquisição das estruturas pendentes.

Ao menos oficialmente, a Fifa afirma que não vai arcar com esses gastos que restam.

"O Corinthians quer ganhar tudo de presente", afirmou Rafael Salgueiro, membro do Comitê-Executivo da Fifa, ao UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha.

Mesmo após ter dito que as pendências financeiras do Itaquerão estão resolvidas, Valcke viajará para o Rio amanhã, onde, a partir de segunda, terá uma série de reuniões com os organizadores da Copa no país.

O cartola acredita que o tema, incluindo o prazo para a instalação dos materiais no estádio da abertura da Copa, será resolvido já nas primeiras reuniões da semana.

A estimativa da Fifa é que a instalação das estruturas demore pelo menos 40 dias. Ou seja, se iniciar na segunda-feira, os itens só estariam alocados no estádio e prontos para utilização em maio, ultrapassando o prazo de entrega (15 de abril).

PORTO ALEGRE

Além de São Paulo, Jérôme Valcke citou Porto Alegre como outra sede da Copa que ainda tem problemas.

As obras no entorno do Beira-Rio atrasaram devido à mesma discussão: quem pagaria a conta das estruturas temporárias? "Me disseram que até o fim da próxima semana terei informações positivas", disse Valcke.

Assim como o Itaquerão, o Beira-Rio é privado, e o dono do estádio, o Internacional, se negou a pagar o aluguel das estruturas temporárias.

Assim, as autoridades gaúchas tentam encontrar solução para fornecer os materiais, considerados fundamentais pela Fifa para a realização das partidas.

editoria de arte/Folhapress
Capa Itaquerao
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