Folha de S. Paulo


Câmara aprova requerimento contra propaganda 'bullying' de Neymar

A Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos deputados aprovou nesta quarta-feira um requerimento recomendando ao Conar (Conselho de Autorregulamentação Publicitária) e à Presidência da República que promovam a retirada do ar da propaganda em que o atacante Neymar faz uma "pegadinha" com turistas estrangeiros.

Por unanimidade, a comissão considerou o comercial de mau gosto, ofensivo aos turistas que virão ao Brasil assistir à Copa do Mundo e prejudicial à imagem do país.

A propaganda do Guaraná Antarctica, que tem o atacante da seleção brasileira como estrela, apresenta o mote "todo mundo quer, mas só a gente tem" e traz Neymar ensinando quatro estrangeiros a pedir a bebida no Brasil.

Para isso, o jogador escreve bilhetinhos a eles, que aparecem na propaganda caindo em uma "pegadinha" ao, sem entender, ler para o vendedor textos do tipo "um guaraná para o 'água de salsicha' aqui" ou "um guaraná para o 'filhote de cruz credo', por favor". O filme é assinado pela agência DM9DDB.

A AmBev, dona da marca Guaraná Antarctica, afirmou que pelo plano de mídia inicial o comercial encerrou o seu período de exibição na terça-feira e disse que a intenção era ressaltar o bom humor do brasileiro, sem que em nenhum momento tenha havido a intenção de ofender turistas.

"O Guaraná Antarctica é patrocinador da Copa, da seleção e de vários jogadores, nossa intenção era brincar com a picardia do brasileiro e em nenhum momento tivemos a intenção de ofender os turistas", afirmou o diretor de Comunicação da AmBev, Alexandre Loures.

Segundo ele, como de praxe o comercial passou por vários testes com consumidores antes de ir ao ar e em nenhum momento houve questionamento ou impressões negativas.

"Essa propaganda estimula o trote e o bullying ao estrangeiro", afirmou o deputado Marcos Rogério (PDT-RO), autor do requerimento aprovado na Câmara. Na Presidência da República, a recomendação será entregue na Secretaria de Direitos Humanos.

A Comissão também aprovou a realização de uma audiência pública para discutir o tema

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