Folha de S. Paulo


Copas se tornam grandes geradoras de receitas com patrocínios e TV

Se já havia encantado com o espetáculo oferecido em campo em anos anteriores, a Copa do Mundo fortaleceu um novo status a partir de 1978: o de grande negócio.

Sob o comando do brasileiro João Havelange, a Fifa acumulou mais filiados do que a ONU (Organização das Nações Unidas), 167 a 159 em 1990.

Cresceram tanto o número de espectadores e de times ávidos para fazerem parte do espetáculo como os bilhões nos bolsos dos cartolas e dos patrocinadores.

Em 1982, o Mundial iniciou seu inchaço e chegou a 24 equipes. Pela primeira vez, teve dois países muçulmanos, Argélia e Kuait -mais de uma centena tentou vaga.

O futebol também se tornou atrativo para quem não estava nas sedes das Copas. Os direitos de transmissão de TV de 1982 foram negociados por US$ 23 milhões. Oito anos depois, o montante já era de US$ 57 milhões. E não parou de crescer. Hoje, os valores batem na casa dos bilhões.

Se fora de campo o futebol crescia como negócio, dentro dele, aos poucos, começava a dar espaço à eficiência. Em 1982, a brilhante seleção de Telê, Zico, Falcão e Sócrates caiu diante da Itália, que se sagrou campeã privilegiando a organização tática.

Quatro anos depois, Maradona carregou a Argentina praticamente sozinho diante da retranca e dos pontapés dos rivais. O atacante precisou até da ajuda da "mão de Deus" para derrotar a Inglaterra nas quartas de final.

A Copa-1990 foi o ápice desse novo jogo com mais pragmatismo e menos show. Tem até hoje a pior média de gols por jogo da história -2,2.

A taça foi erguida pelo alemão Lothar Mathäus, que se gabava de ser obcecado pela eficiência. Do outro lado, derrotado, estava Maradona.

Editoria de Arte/Editoria de Arte/Folhapress

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