Folha de S. Paulo


Obra da Arena Amazônia descumpria 63 de 64 obrigações trabalhistas

A construtora Andrade Gutierrez descumpria 63 de 64 obrigações relacionadas a normas de proteção à saúde e segurança do trabalhador na obra da Arena Amazônia, segundo perícia realizada pelo Ministério Público do Trabalho nesta semana.

Essas obrigações foram estipuladas em liminar emitida em maio pela Justiça do Trabalho do Amazonas. A 64ª norma não foi averiguada porque envolvia a etapa de escavações, já encerrada.

Segundo os procuradores do trabalho que participaram da perícia, a construtora comprometeu-se a corrigir as falhas. Em audiência realizada na tarde desta quarta-feira, a Justiça liberou as obras em altura, que estavam suspensas, mas proibiu que os trabalhadores atuem na cobertura do estádio sem que haja luz natural.

"Cerca de 90% dos andaimes, por exemplo, estavam irregulares, sem guarda-corpo ou trava. Uma nova vistoria será realizada daqui a 30 dias, para averiguação do cumprimento das normas", disse o procurador Jorsinei do Nascimento.

Em caso de novo descumprimento das normas, a Justiça estipulou multa de R$ 20 mil para cada uma delas.

A Justiça do Trabalho do Amazonas liberou, nesta quarta-feira, as obras em altura da Arena Amazônia, embargadas desde o último fim de semana, quando um operário caiu da cobertura e morreu. No entanto, os trabalhos que envolvem a cobertura não poderão mais ser feitos sem luz natural.

A decisão ocorre após acordo entre a construtora e os procuradores do trabalho, que terminaram nesta quarta-feira a perícia judicial realizada no local.

A Arena Amazônia terá capacidade para 43 mil pessoas e receberá quatro partidas do Mundial, como Inglaterra x Itália e Portugal x EUA.

O novo estádio está 93,31% concluído e tem custo estimado de R$ 605 milhões.


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