O técnico italiano Cesare Prandelli causou um certo mal-estar na entrevista coletiva realizada nesta sexta-feira em Salvador na véspera da partida da sua equipe contra o Brasil ao afirmar que "Balotelli foi o único a ser autorizado a sair do hotel porque a cor da pele dele é diferente", antes de ressaltar que se tratava apenas de uma brincadeira.
De manhã, o jogador do Milan visitou a namorada e caminhou cerca de três quilômetros pela capital.
Ao ser indagado sobre a saída de Balotelli da concentração, Prandelli foi infeliz. "Porque ele tem uma cor diferente da nossa", disse o treinador, dando uma risada.
Balotelli é o único negro na seleção italiana que disputa a Copa das Confederações. Minutos depois, ele aproveitou uma resposta sobre a partida de amanhã e quis explicar a declaração sobre o atacante.
"Não foi uma brincadeira racista, quero deixar claro. Ele veio falar comigo, disse que é negro e que queria estar junto com as pessoas. Acho que é algo bom para ele", disse Prandelli.
Balotelli ajuda financeiramente uma instituição que realiza trabalhos sociais na Bahia.
Por volta das 13h, o jogador escreveu no Twitter: "Salvador!!! Eu também pareço baiano!!! Kkkk [risos]". Na sequência, em outra mensagem, ele xingou os grupos racistas.
Aos 22 anos, porém, esta é apenas mais uma história polêmica do atacante italiano.
No início da entrevista, Prandelli contou que os italianos foram proibidos de deixar o hotel em Salvador, mas não disse o responsável pela decisão.
Ele admitiu que está "preocupado" e "atento" com as manifestações populares no país.
Amanhã, os italianos enfrentarão a seleção, na Fonte Nova.
"As manifestações quando aparecem com violência preocupam. Vimos que já passou de um milhão de pessoas nas ruas. Estamos focados na partida, mas atentos ao que acontece no país", afirmou o treinador.
"Não estamos pensando em voltar para a casa, mas obviamente a situação mudou. Até quando estivemos no Rio, havia máxima tranquilidade. Podemos até visitar a cidade. Fomos vetados agora de deixar o hotel", acrescentou Prandelli.
Com a AFP