Folha de S. Paulo


Presidente da Coca-Cola diz que companhia sabia dos riscos do Brasil sediar Copa

O presidente da Coca-Cola Company, Muhtar Kent, afirmou que os riscos associados ao Brasil já estavam na mesa quando o país foi escolhido para sediar a Copa do Mundo e a Olimpíada, eventos que contam com o patrocínio oficial da empresa.

"Sabíamos que a escolha do Brasil trazia riscos. Mas onde há risco também há oportunidades muito maiores", disse Kent durante seminário realizado nesta sexta-feira no festival de publicidade de Cannes, na França. "Mas acredito que serão eventos fantásticos."

Em uma sessão de perguntas depois do evento, o vice-presidente de marketing da Coca, Joseph Tripodi, afirmou que pretende ir ao Brasil na semana que vem para ver os jogos da Copa das Confederações. "Espero que não suspendam e que os jogos aconteçam", disse o executivo. "Dada a paixão que o esporte suscita no Brasil e os riscos [associados à não realização], minha visão é que vão encontrar um jeito de atender as demandas da população."

Tripodi disse que tem recebido relatórios diários sobre o clima das manifestações no Brasil e que elas representam um risco real para a companhia, que está investindo milhões para promover a sua marca durante os eventos.

"Sempre que há manifestações, há risco", disse.

No entanto, ele diz que a empresa não pensa em reduzir os gastos com publicidade. "Não é o momento para baixar a bola. Temos que dialogar e nos engajar com as pessoas por meio das redes sociais. Fizemos isso na primavera árabe no Egito. Não é questão de aproveitar o momento para construir imagem de marca. Mas temos que participar da conversa. Não há outra alternativa a não ser nos engajarmos."

A Coca-Cola anunciou no ano passado um investimento de R$ 14,1 bilhões no Brasil entre 2012 e 2016. O número inclui investimentos na ampliação da produção e em marketing. O mercado brasileiro é o quarto maior do mundo para a empresa americana, em volume.


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