A Fifa divulgou um comunicado nesta sexta-feira descartando qualquer possibilidade de cancelar a Copa das Confederações, em virtude da onda de manifestações que ocorrem em várias cidades do Brasil nos últimos dias.
"A nenhum momento a Fifa, Comitê Organizador Local nem o governo federal discutiram ou consideraram cancelar a Copa das Confederações da Fifa", diz a nota divulgada à imprensa nesta manhã.
O porta-voz da entidade, Pekka Odriozola, afirmou também que não recebeu pedido de nenhuma seleção para deixar a competição em virtude dos protestos que tomam as principais cidades do país desde a semana passada.
Odriozola disse ainda que está em constante contato com as autoridades locais e que a Fifa apoia e reconhece o direito de liberdade de expressão e o direito de se manifestar pacificamente. "Condenamos qualquer forma de violência", afirmou.
Os protestos, que acabaram atingindo inclusive o entorno e o interior dos estádios, deixaram integrantes da Fifa e de seleções apavorados com o andamento da Copa das Confederações no Brasil.
A competição virou um pesadelo para a entidade. Não que a Fifa esperasse um evento perfeito, mas a proporção dos problemas é maior do que o pior cenário imaginado.
Na última quinta-feira, manifestações em 25 capitais do país levaram um milhão de pessoas ás ruas. Em ao menos 13 delas foram registrados confrontos.
Os protestos contra o aumento das tarifas do transporte público começaram no início do mês e foram ganhando força em todo o país, sendo registrados vários casos de confrontos e vandalismo. Com isso, 14 capitais e diversas outras cidades anunciaram entre quarta e quinta-feira a redução das passagens.
Aos protestos, se somaram outras falhas, como furtos e problemas na infraestrutura.
Nesta quinta-feira à noite, durante manifestações em Salvador, onde a seleção brasileira pega a Itália no sábado, dois micro-ônibus usados pela Fifa foram apedrejados em frente ao hotel em que seus funcionários estão hospedados.
Manifestantes também atiraram pedras contra o hotel Sheraton, no Campo Grande, em Salvador. A polícia usou balas de borracha, gás lacrimogêneo e a Cavalaria para dispersar os manifestantes.
Segundo a Folha apurou, duas seleções procuraram a entidade para expressar preocupação com a segurança, principalmente de familiares dos atletas. Representante de uma delas chegou a manifestar o desejo de ir embora, alegando que futebol não se joga em "praça de guerra".
A Fifa também recebeu reclamações de torcedores que não conseguiram chegar aos estádios por causa dos bloqueios de vias de acesso.
Nesta quinta-feira, alguns torcedores do Uruguai foram assaltados quando tiveram que passar por um protesto no caminho para a Fonte Nova para a partida entre Uruguai e Nigéria.
LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA DA FIFA
Nós apoiamos e reconhecemos o direitos de liberdade de expressão e o direito de manifestação pacífica. Condenamos qualquer forma de violência. Estamos em contato constante com as autoridades locais e temos total confiança nas medidas de segurança em curso.
Vamos continuar a monitorar a situação. A nenhum momento a Fifa, Comitê Organizador Local nem o governo federal discutiram ou consideraram cancelar a Copa das Confederações da Fifa.
Estamos em contato com todas as pessoas envolvidas, incluindo os times, e mantendo-os informados nas medidas tomadas. Nós não recebemos nenhum pedido de nenhum time para sair [da competição].
Com as agências internacionais