Folha de S. Paulo


Protestos nas ruas apavoram dirigentes da Fifa e de seleções

Os protestos que tomam conta das ruas nos últimos dias, atingindo inclusive o entorno e o interior dos estádios, deixaram integrantes da Fifa e de seleções apavorados com o andamento da Copa das Confederações no Brasil.

A competição virou um pesadelo para a entidade. Não que a Fifa esperasse um evento perfeito, mas a proporção dos problemas, segundo a Folha apurou, é maior do que o pior cenário imaginado.

Os protestos, em alguns casos violentos, se somaram a outras falhas, como furtos e problemas na infraestrutura.

Nesta quinta-feira à noite, durante manifestações em Salvador, onde a seleção brasileira pega a Itália no sábado, dois micro-ônibus usados pela Fifa foram apedrejados em frente ao hotel em que seus funcionários estão hospedados.

Manifestantes também atiraram pedras contra o hotel Sheraton, no Campo Grande, em Salvador. A polícia usou balas de borracha, gás lacrimogêneo e a Cavalaria para dispersar os manifestantes.

Segundo a Folha apurou, duas seleções procuraram a entidade para expressar preocupação com a segurança, principalmente de familiares dos atletas. Representante de uma delas chegou a manifestar o desejo de ir embora, alegando que futebol não se joga em "praça de guerra".

A Fifa também recebeu reclamações de torcedores que não conseguiram chegar aos estádios por causa dos bloqueios de vias de acesso.

Nesta quinta-feira, alguns torcedores do Uruguai foram assaltados quando tiveram que passar por um protesto no caminho para a Fonte Nova.

A Fifa já havia orientado seus funcionários a chegar mais cedo aos estádios --por volta das 9h, ainda que os jogos sejam às 16h e às 19h. Tudo para evitar os protestos.

Além de todos esses problemas no entorno dos estádios, houve ainda uma série de falhas relacionadas às equipes. Na quinta-feira, a Fifa anunciou que seis jogadores da Espanha foram furtados no hotel em Pernambuco.

O Uruguai foi impedido de treinar duas vezes no Recife. Primeiro, porque o gramado do estádio do Arruda estava destruído pela chuva. Depois, porque era impossível chegar ao CT do Sport --o caminho, de terra, também havia sido destruído pela chuva.

Até a seleção brasileira, anfitriã, enfrenta problemas. Nos jogos contra o Japão (em Brasília) e ante o México (em Fortaleza), o time levou muito mais tempo do que o planejado no trajeto entre o hotel e o estádio.


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