Folha de S. Paulo


Chuva alaga aeroporto de Salvador na véspera da chegada da seleção

Um dia antes de receber a seleção brasileira para o jogo contra a Itália, sábado (22), pela Copa das Confederações, o aeroporto de Salvador sofreu com infiltrações que inundaram o terminal de passageiros. A água saía do teto e também de tomadas próximas ao chão.

O incidente aconteceu na madrugada desta quarta-feira (19) e prejudicou o atendimento da empresa Gol. Metade de seus monitores ficaram molhados, o que complicou o check-in da companhia.

"É uma vergonha. Será que o aeroporto vai estar pronto para a Copa?", diz o empresário Júlio Andrade, que passava pelo local na hora.

Por meio de sua assessoria de comunicação, a Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) classificou o episódio como uma "situação adversa" e consequência das obras existentes no local --voltadas exatamente para o Mundial.

A reforma do terminal, a construção de uma nova torre de controle e a ampliação de três pátios estão orçadas em cerca de R$ 118 milhões.

"O volume de chuva foi muito acima da normalidade. Tanto, que tem chovido e não tinha acontecido isso. Acabou superando a capacidade de contenção do trecho em obra", disse a Infraero.

A assessoria acrescenta que não houve impacto operacional, "apenas transtornos", e que os seis voos previstos para a madrugada ocorreram sem atrasos.

No momento, o piso continua úmido e, para evitar acidentes, foram colocados cordões de isolamento. Placas pedem desculpas pelos transtornos. O aeroporto diz já estar trabalhando nas prevenções de situações do tipo.

A fiação elétrica não foi atingida porque fica protegida por uma tubulação.

O Brasil chegará à capital baiana no final da tarde desta quinta (20), em um voo fretado vindo de Fortaleza. Os italianos, além de turistas e da imprensa nacional e estrangeira, também são aguardados ao longo do dia.

MINISTÉRIO PÚBLICO

Ainda na noite desta quarta, o Ministério Público Federal na Bahia instaurou um inquérito civil público para investigar "danos e responsabilidades relativos à inundação".

O procurador da República à frente do caso, Edson Abdon, pediu para a Infraero apresentar os contratos firmados com empresas para manutenção dos equipamentos elétricos e hidráulicos do aeroporto, além de iniciar uma sindicância para apurar os fatos ocorridos.

Abdson ainda cobrou providências à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).


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