Folha de S. Paulo


Felipão repete 2002 e elege Ronaldinho seu novo Romário

Ao deixar Ronaldinho fora da Copa das Confederações, o Felipão de 2013 encontrou o seu Romário. Em 2002, o técnico da seleção brasileira aguentou todo tipo de crítica por não levar o Baixinho para a Copa do Mundo disputada no Japão e na Coreia do Sul.

Mais de dez anos depois, escolheu Ronaldinho para ocupar esse papel. O camisa 10 do Atlético-MG encantou em suas atuações pelo clube neste primeiro semestre, mas vacilou ao convencer o comandante de que poderia liderar a seleção.

Na estreia de Luiz Felipe Scolari, em 6 de fevereiro, contra a Inglaterra (derrota por 1 a 0), Ronaldinho perdeu um pênalti que deveria ter sido batido por Neymar. O técnico não se preocupou em poupá-lo na entrevista coletiva após a partida.

Em 24 de abril, véspera do último amistoso, contra o Chile, em Belo Horizonte, Ronaldinho se apresentou quase meia hora atrasado. O camisa 10, que mora na Grande BH, foi o último a chegar. Depois, em campo, não rendeu.

Em 2002, em entrevista à Folha, Felipão assim explicou a ausência de Romário: "Quando eu te convido para ir à minha casa e te abro a porta, é sinal de que eu tenho confiança. [Depois] preciso de referência na Copa América [de 2001] e não tenho."

Em 2013, Felipão deu a tarja de capitão para Ronaldinho nos amistosos contra Bolívia e Chile. Ao explicar suas escolhas nesta terça-feira, o treinador citou "critérios pessoais, que envolvam participação de grupo". E arrematou: "Eu analiso o que eu posso ganhar, o que posso perder, e faço minhas escolhas."

Em 2002 ele ganhou.


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