Folha de S. Paulo


Lesões de astros colocam cinco estreantes no top 10 do tênis

As lesões de astros e a ascensão de tenistas que há tempos vinham flertando com grandes resultados provocaram uma revolução no tênis na temporada de 2017, encerrada no fim de novembro e cujo último ranking será divulgado pela ATP (Associação dos Tenistas Profissionais) nesta segunda-feira (25).

São cinco os atletas que pela primeira vez em suas carreiras encerrarão um ano no top 10. São eles: Grigor Dimitrov, 26, Alexander Zverev, 20, David Goffin, 27, Jack Sock, 25, e Pablo Carreño Busta, 26.

É a maior aparição de caras novas no grupo dos dez melhores do mundo desde a temporada de 2003.

Desde então, eram no máximo dois "estreantes" por ano, como ocorreu no ano passado (veja abaixo).

Esta revolução no ranking pode fazer com que o Aberto da Austrália, primeiro Grand Slam da temporada que será disputado entre 15 e 28 de janeiro, já tenha duelos de peso a partir da terceira rodada.

As principais ausências no top 10 são as de Novak Djokovic, 30, e de Andy Murray, 30.

Eles frequentavam juntos o grupo de forma ininterrupta desde 2008. Hoje, o sérvio é o 12º colocado e o britânico o 16º.

Os dois tenistas não disputam uma partida oficial desde o Grand Slam de Wimbledon, em meados de julho.

Djokovic voltou a sofrer com uma lesão no cotovelo direito e optou por não jogar mais nenhum torneio. Em 2017, fez somente 35 partidas, contra 74 que fizera em 2016.

Murray foi derrubado por um problema no quadril e acabou o ano com 35 partidas disputadas, 48 a menos do que em 2016, quando se consolidou na liderança do ranking.

Foi o menor número de partidas de ambos ao longo dos últimos dez anos, segundo informações da ATP.

O suíço Stan Wawrinka, 32, é outro que não joga desde Wimbledon e passou por uma cirurgia no joelho. Entretanto, ainda encerrou a temporada no nono lugar do ranking.

O estaleiro em 2017 teve outros nomes de menos peso em comparação aos três, mas que vinham conseguindo se manter no top 10 ao longo dos últimos anos, como os casos de Kei Nishikori, 27, Milos Raonic, 26, e Tomas Berdych, 32.

"Claro que as lesões dos grandes jogadores contribuíram para uma mudança como esta no ranking. Mas se um tenista chegou no top 10 é por mérito, em um circuito muito equilibrado. Ninguém está ali por acaso", disse Lui Carvalho, diretor do Aberto do Rio.

O torneio da Série ATP 500, que será disputado no Jockey Club Brasileiro, entre os dias 19 e 25 de fevereiro, contará com três tenistas do top 10: Dominic Thiem, Marin Cilic e Pablo Carreño Busta.

"Esta renovação é muito boa, tanto para o público, quanto para os torneios e patrocinadores. Aumenta também a gama de nomes atraentes com os quais podemos negociar", disse Carvalho.

Dentre os estreantes no top 10, os que tiveram resultados mais significativos ao longo de 2017 foram Grigor Dimitrov (3º) e Alexander Zverev (4º).

O búlgaro venceu pela primeira vez na carreira um Masters 1.000, em Cincinnati, e ganhou as Finais da ATP. Levantou ainda a taça de mais dois ATPs, em Brisbane e Sófia.

O alemão conquistou dois Masters 1.000, em Roma e Montréal, e outros três ATPs.

Porém, ao mesmo tempo em que houve renovação no top 10 e vencedores inéditos em Masters, os título de Grand Slams ficaram nas mãos de duas figuras carimbadas.

Roger Federer, 36, venceu o Aberto da Austrália e Wimbledon. Rafael Nadal, 31, ganhou Roland Garros e o Aberto dos EUA. O espanhol também foi o mais velho a terminar um ano na ponta do ranking.

BRASIL SEM TOP 100

O Brasil também viu seus tenistas despencarem no ranking e, pela primeira vez desde 2013, o país fecha a temporada sem nenhum representante no top 100, após ter três no grupo ao fim da temporada de 2016.

Hoje, o melhor jogador do país na lista é Rogério Dutra Silva, o Rogerinho, 101º.

Como resultado desta queda brusca, o Brasil ainda não tem nenhum jogador garantido no Aberto da Austrália e só poderá ter representantes na chave principal em caso de desistências ou caso alguém passe pelo qualifying.

Em compensação, nas duplas, Marcelo Melo fechou o ano como líder do ranking –Bruno Soares é o décimo.


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