O COB (Comitê Olímpico do Brasil) faz nesta quarta-feira (6) uma nova assembleia geral que deve garantir aos atletas 12 assentos no colegiado da entidade, com direito a voto na escolha do presidente do comitê.
A reunião foi marcada depois de polêmica na última sessão, em 22 de novembro. Na ocasião, a proposta de inclusão de 12 atletas na assembleia foi derrubada em uma votação turbulenta.
Em um pleito que reuniu apenas presidentes de confederação, o sufrágio dado pelo mandatário do rúgbi, Eduardo Mufarej, acabou anulado após a votação terminar empatada em 15 a 15.
Ele teve de deixar o encontro antes do encerramento, porém havia adiantado sua escolha pelo aumento para 12 dos assentos de atletas.
O presidente da confederação de tênis de mesa, Alaor Azevedo, porém, pediu a impugnação do voto e, depois de debate acalorado, foi atendido. O placar terminou 15 a 14 para os favoráveis a cinco atletas na assembleia.
De acordo com o antigo estatuto, apenas um atleta participava das votações do COB.
O veto ao sufrágio de Mufarej causou revolta em atletas e entidades que os representam, como a Atletas pelo Brasil e a Sou do Esporte.
A confederação de rúgbi ameaçou acionar o COB judicialmente e apresentou recurso para validação do voto, o que fez com que Paulo Wanderley, presidente do comitê olímpico desde outubro, remarcasse a assembleia.
Neste ínterim, as confederações de vôlei e levantamento de peso, que haviam votado contra os 12 assentos para atletas, anunciaram publicamente que mudariam seus votos na nova assembleia. Se confirmadas as mudanças de posicionamento, a proposta passará.
Os atletas se juntam aos 35 presidentes de confederação que têm direito a voto e a representantes brasileiros do COI (Comitê Olímpico Internacional) na assembleia geral.
Os 12 esportistas são eleitos para a comissão de atletas do COB. O atual presidente da comissão é o judoca Tiago Camilo, detentor de duas medalhas olímpicas.
CONTRAPONTO
Um dos argumentos que fizeram cartolas votar contra o aumento da participação de competidores na assembleia é o baixo quórum em questões importantes. Como, por exemplo, para a eleição da comissão de atletas. De 622 esportistas que participaram dos dois últimos Jogos Olímpicos e que tinham direito a voto, apenas 170 foram às urnas.
Presidentes de confederação ouvidos pela Folha questionam, ainda, o fato de o 12º eleito na comissão, o jogador de hóquei sobre a grama Bruno Mendonça, ter obtido somente quatro votos. Ele terá direito a voto para escolha do presidente do COB.
A atleta que registrou mais apoio na votação foi a jogadora de handebol Duda Amorim, com 23. Entre outros competidores com assentos estariam o ginasta Arthur Zanetti e a nadadora Poliana Okimoto, que anunciou recentemente sua aposentadoria.