Folha de S. Paulo


Infantino diz esperar decisão da Justiça para definir futuro de Del Nero

Amr Abdallah/Reuters
Presidente da Fifa, Gianni Infantino,
Presidente da Fifa, Gianni Infantino,

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, preferiu nesta sexta (1º) poupar o presidente da CBF, Marco Polo de Nero.

O brasileiro é acusado por uma série de delatores na Justiça dos EUA como beneficiário de um esquema de recebimento de propina na venda de direitos de transmissão de torneios no país e no exterior.

Ao ser questionado se a Fifa iria punir o cartola brasileiro, Infantino disse que vai aguardar a decisão da corte dos EUA.

"Depois do processo, se condenados, vamos ver os casos. Temos mecanismos que vão tratar dessa questão", afirmou o presidente da Fifa.

"Vamos deixar o processo seguir. A Justiça tem mais mecanismos. Seja qual for a decisão, teremos processos na Fifa e não vamos hesitar em tomar medidas", acrescentou.

Eleito presidente da Fifa no ano passado, ele fez questão apenas de defender a sua gestão.

Infantino disse que a corrupção não deve existir no futebol. "É importante colocar uma linha de limpeza para separar o passado do presente e do futuro. Coisas aconteceram, a Fifa fez de tudo para ajudar as autoridades americanas", afirmou o presidente da Fifa.

IRRITAÇÃO

Infantino reclamou de uma suposta superioridade ocidental na forma de ver o mundo e pediu tolerância com outras culturas. Foi também uma forma de se desvencilhar das persistentes perguntas sobre os processos de escolha da Rússia e do Qatar para os Mundiais de 2018 e 2022.

"É fácil da nossa parte do mundo ver de forma negativa tudo o que vem do Oriente, da Rússia Há pessoas boas e pessoas ruins em todos os lugares. Temos que aprender com as coisas e ir adiante. Temos de estar certos de que o processo para [a Copa do Mundo de] 2026 esteja livre de suspeitas. Quando falamos em tolerância é não pré-julgar as situações", opinou o presidente da Fifa.

Desvencilhar-se foi o que Infantino mais fez ao responder às perguntas dos jornalistas. Chegou a reclamar que não havia sido feita nenhuma questão a respeito do sorteio. "As pessoas querem ler sobre futebol", completou.

A maior irritação foi do vice primeiro-ministro Vitaly Mutko, questionado sobre a investigação de doping patrocinado pelo estado russo. No início, afirmou que não desejava comentar o assunto. Logo depois falou mais de 10 minutos sem parar.

"Não há doping patrocinado pelo Estado. Os atletas russos são mais testados do que qualquer outro", afirmou.


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