Folha de S. Paulo


Destino de Marin está na mão de 12 jurados fãs de séries policiais

Don Emmert/AFP
Former Brazilian National Football Federation president Jose Maria Marin arrives at Brooklyn Federal Court November 6, 2017 in New York. The bribery trial of three South American ex-officials is to kick off in New York on Monday, two and a half years after US prosecutors unveiled the largest graft scandal in the history of world soccer. Forty-two officials and marketing executives, and three companies were indicted in an exhaustive 236-page complaint detailing 92 separate crimes and 15 corruption schemes to the tune of $200 million. / AFP PHOTO / Don EMMERT
O ex-presidente da CBF José Maria Marin chega à corte federal do Brooklyn, em Nova York

O destino de José Maria Marin, ex-presidente da CBF acusado de participação no esquema de corrupção da Fifa, está nas mãos de 12 jurados fãs de seriados como "Hawaii Five-O" e "Law & Order".

No julgamento agora em curso em Nova York, um dos mais midiáticos dos últimos tempos, que investiga como cartolas do futebol mundial receberam até R$ 500 milhões em propina ao longo das últimas duas décadas, os nomes de quem dará o veredicto final são secretos.

Mas antes que pudessem se sentar na Corte de Justiça do Brooklyn todos eles passaram por horas de interrogatório com perguntas um tanto curiosas, como o que faziam em seu tempo livre e quais eram os seus programas de televisão preferidos.

Talvez seja só uma estranha coincidência, mas uma parte significativa do júri escolheu seriados policiais e de ação em que não faltam cenas intensas em tribunais.

Não é a juíza Pamela Chen quem decide se os réus –além de Marin, o paraguaio Juan Ángel Napout, ex-presidente da Conmebol, e o peruano Manuel Burga, ex-chefe do futebol de seu país, serão julgados– são ou não culpados.

O veredito precisa ser dado pelo grupo de forma unânime depois que todas as testemunhas forem ouvidas.

Mas por causa da natureza sensível do chamado Fifagate e do enorme número de indiciados e testemunhas, Chen concordou com um pedido da acusação para que o júri fosse "parcialmente sequestrado", o que quer dizer que ninguém sabe o nome deles e eles não podem conversar a respeito do julgamento.

Todos os dias, eles são escoltados de casa até o tribunal, e depois de volta. Também ouvem, todos os dias, as instruções de Chen, que lembra que não podem nem mesmo pesquisar na internet detalhes do processo, ler notícias a respeito ou ver noticiários de TV sobre o assunto.

Ela também pede que ignorem as faixas de manifestantes na porta da corte que pedem "cadeia para Marin".


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