Apesar de considerar natural o questionamento no início do ano, já que tinha pouca experiência como técnico profissional, o técnico Fábio Carille não esquece o que foi dito. Ele considera as críticas normais, mas chamou de "burros" os que o criticaram antes da temporada começar, sem que o Corinthians tivesse realizado nenhuma partida.
"São burros porque nem esperam para cornetar. Poderiam esperar um ou dois meses. Como a maioria não acreditava, era muito fácil jogar para a torcida. Foi uma faculdade para mim este ano", disse o treinador após a vitória sobre o Fluminense por 3 a 1, nesta quarta (15), que selou o título brasileiro.
Os jogadores invadiram a entrevista coletiva de Carille para comemorar o título. Ele recebeu um banho de água gelada diante dos amigos de Sertãozinho (interior de São Paulo) e do pai, Joaquim.
Carille deixou de ser novidade, o que é a parte ruim. Mas não vai ser mais visto com desconfiança por ninguém, o que é a parte boa da profissão.
"Eu sei que a partir de hoje vão me olhar de outra forma. Sei que mudou muito. Mas desde o Campeonato Paulista eu sei que estava no mercado", disse, citando o título estadual conquistado sobre a Ponte Preta.
Apesar do momento de alegria, Carille não sorriu. Nem parecia aliviado. Citou um vídeo que lhe foi mostrado na manhã desta quarta que o deixou "chateado". Não disse do que se tratava, mas deixou subentendido ser uma crítica pessoal que recebeu. Por causa disso, a entrevista teve momentos que soaram mais como desabafo do que celebração.
O grande mérito dessa comissão foi ter definido uma forma de jogar muito rápido. Chegamos na estreia contra o São Bento [no Campeonato Paulista] com seis treinos de bola parada. O mérito foi definir e padronizar. Ganhamos o campeonato pela organização e pela entrega dos jogadores", finalizou o técnico campeão brasileiro e paulista.
