O Corinthians enfrenta a Ponte Preta neste domingo (29), às 17h, em Campinas, em busca de uma resposta: o que aconteceu a partir do início do segundo turno?
O time, antes virtual campeão nacional, caiu de rendimento e viu rivais se aproximarem. Faltam nove rodadas para o fim do torneio.
Análise das estatísticas dos 30 jogos da equipe no Brasileiro mostra uma mudança importante: a posse de bola.
Nos jogos do primeiro turno, na média, o Corinthians ficava menos com a bola, mas vencia. No returno, passou a controlar mais os jogos e sair de campo sem três pontos.
O implacável Corinthians, dono da melhor campanha do primeiro turno da história do Brasileiro em pontos corridos, vive momentos de ansiedade em campo.
O técnico Fabio Carille já reclamou de outras mudanças. Lamentou gols sofridos em bolas aéreas. "Estamos errando mais passes do que antes", observou o treinador.
Na verdade, não. Na média do primeiro turno, quando obteve 14 das 17 vitórias até agora, o Corinthians errou 46,6 passes por jogo. A partir da 21ª rodada, foram 45,6.
Na posse de bola, o Corinthians tinha 50,7%. No segundo turno, passou para 55,4%.
Este aspecto fica mais forte quando analisado dentro dos resultados gerais. Nas 17 partidas em que venceu, o Corinthians teve a bola nos pés, em média, por 49,4% do tempo. Nas rodadas em que empatou ou perdeu, o número sobe para 56,4%.
"Temos de controlar a ansiedade. Não dá para antecipar as coisas. É preciso viver uma situação de cada vez", afirmou Jô, usando a explicação do nervosismo.
Ele já havia citado a questão das chances criadas, que não estariam no mesmo nível de antes. Outra opinião que não se sustenta. No primeiro turno, em média, a equipe finalizou 11,4 vezes em média. Depois disso, são 11,9.
"A gente sabe da condição dos que vão a campo. A queda de rendimento é do time. A bola tem de chegar com qualidade. [Os meias] precisam recebê-la em posição melhor para definir e armar. É conjunto", avaliou Carille.
O Corinthians do segundo turno faz mais cruzamentos do que o do primeiro na média (26 a 20), acerta mais passes (498 a 401) e mantém o mesmo número de desarmes (16). Este último item havia sido apontado por Gabriel como uma das mudanças no comportamento da equipe.
CONTRA-ATAQUE
A abdicação dos adversários de atacar e a preferência por esperar o Corinthians tomar a iniciativa (e ficar mais com a bola) atrapalha os planos de jogo de Carille.
Para piorar, a mudança de atitude coincidiu com a má fase dos meias. Rodriguinho e Jadson não mantiveram o nível do primeiro turno.
"É um momento de instabilidade. Mas, se existe uma pessoa que sempre acredita, sou eu", disse o técnico.
Carille manterá a dupla de armadores contra a Ponte.
Com a escalação que deverá entrar em campo, o Corinthians não perdeu no Brasileiro deste ano: Cássio; Fagner, Balbuena, Pablo e Arana; Gabriel, Maycon, Jadson, Rodriguinho e Romero; Jô.
Se o Corinthians perder, o Palmeiras terá a chance, nesta segunda (30), de reduzir a vantagem para três pontos. As duas equipes se enfrentarão dia 5, no Itaquerão.
NA TV
Ponte Preta x Corinthians - 17h, Globo
Editoria de Arte/Folhapress | ||