Folha de S. Paulo


Final do Aberto dos EUA entre Nadal e Anderson opõe extremos

Jewel Samad and Emmert/AFP
Esta combinação de fotos tiradas em 8 de setembro de 2017 mostra o espanhol Rafael Nadal (L) e a estreia do sul da África, Kevin Anderson, depois de vencerem as partidas das semifinais de solteiros masculinos abertos dos EUA de 2017 no USTA Billie Jean King National Tennis Center em Nova York. O número um do mundo, Rafael Nadal, entrou em sua 23ª final da Grand Slam na sexta-feira, rooteando o 24º sembrado da Argentina, Juan Martin del Potro 4-6, 6-0, 6-3, 6-2 no US Open
Combinação de fotos mostra o espanhol Nadal (esq) e o sul-afriacano Anderson, adversários na final

Quando Rafael Nadal e Kevin Anderson ficarem lado a lado na apresentação para a final do Aberto dos EUA, em Nova York, às 17h (de Brasília) deste domingo (10), ficará claro se tratar de duelo ao melhor estilo David x Golias.

Entretanto, não deixe que as aparências enganem.

Anderson, sul-africano de 31 anos, está entre os tenistas mais altos do circuito mundial, com 2,03 m. Nesta final, contudo, seu adversário é quem está mais para Golias.

Nadal, que mede 1,85 m, tem no currículo uma estatura muito superior. Enquanto o africano joga sua primeira decisão de Grand Slam, o ibérico participará de sua 23ª final em torneios deste porte.

Delas, triunfou em 15. Sua galeria de Slams é a segunda maior marca de todos os tempos, atrás apenas de Roger Federer, que ostenta 19.
O momento também, em tese, joga a favor do europeu.

Atual número 1 do ranking mundial, ele chegou a outras duas finais de Grand Slam no ano -perdeu a do Aberto da Austrália e venceu Stan Wawrinka em Roland Garros- e dominou na semifinal pelo argentino Juan Martín del Potro por 3 sets a 1, rival duríssimo que havia eliminado Federer na rodada anterior.

O título em Nova York pode ser o 74ª de uma carreira -e o terceiro por lá, já que venceu em 2010 e 2013- que já arrecadou US$ 86,2 milhões em premiações.
Anderson tem uma trajetória bem mais modesta. Neste caso, ocupa posto de Golias.

Hoje 32º colocado no ranking, soma três títulos como profissional, que lhe ajudaram a amealhar US$ 8,2 milhões em prêmios. Somente por chegar à final, ele ganhará US$ 1,8 milhão, quase 1/5 do que tinha quando entrou na competição americana.

O africano é o tenista com ranking mais baixo a decidir o troféu desde 1973, quando o ranqueamento foi criado.

No festival de números entre os dois finalistas, talvez o mais relevante salte menos aos olhos: no confronto direto, Nadal venceu todas as quatro partidas que jogaram.
Em tais encontros, perdeu apenas um set dos dez em que trocaram bolas. O último duelo ocorreu neste ano, no ATP 500 de Barcelona, no saibro, quando o espanhol triunfou com facilidade por 2 a 0.

As estatísticas elencadas a favor de Nadal podem ir água abaixo no domingo, a partir do momento em que o árbitro disser "joguem" a ambos.

"Estar na final significa o mundo para mim", afirmou Anderson na sexta (8) depois de derrotar o espanhol Pablo Carreño Busta na semifinal.

O gigante chegou a cair para o número 80 do mundo no início do ano. Teve de se ausentar do circuito para cuidar de uma lesão no quadril.

Para ter chance, ele sabe que precisará se apoiar em seu saque pesado e pressionar o favorito desde o início.

Anderson pode achar motivação na raridade do que será seu feito ao vencer. Ele é o primeiro sul-africano em 33 anos a atingir uma decisão de Slam.

Após bater Del Potro, Nadal fez o máximo para conter o favoritismo que pesa sobre seus ombros. "Só a luta para estar em uma final de Grand Slam e a chance de tentar mais um título do Aberto dos EUA já são muito importantes para mim", comentou o multicampeão espanhol.

NA TV
R. Nadal x K. Anderson
17h SporTV 3 e ESPN


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