Folha de S. Paulo


Com preço baixo, São Paulo na crise supera o público da 'era soberana'

Robson Ventura - 13.ago.2017/Folhapress
Bandeira da torcida do São Paulo em jogo contra o Cruzeiro no Morumbi
Bandeira da torcida do São Paulo em jogo contra o Cruzeiro no Morumbi

O São Paulo que luta contra o rebaixamento leva mais público ao Morumbi do que aquele que buscava um inédito tricampeonato nacional na década passada. Neste sábado (9), quando entrar em campo contra a Ponte Preta, às 19h, a equipe de Dorival Júnior vai olhar para a arquibancada do seu estádio e ver novamente uma multidão à espera.

Com 22 rodadas já disputadas, o penúltimo colocado do Campeonato Brasileiro tem média de 31.380 de pagantes, a terceira maior do torneio.

Em 2008, ano em que chegou ao tricampeonato com o técnico Muricy Ramalho, a ponto de se intitular "soberano", a média foi de 21.333 pessoas em jogos em casa.

Desde que o torneio passou a ser disputado em pontos corridos, em 2003, a maior presença de público foi registrada em 2007, na sua melhor campanha no torneio, com 28.662 torcedores.

Recuperando todas as edições do campeonato desde 1971, a média da atual temporada da equipe tricolor é a terceira maior da história. Só perde para as campanhas do título de 1977, com média de 32.031, e do vice-campeonato em 1981, quando levou por jogo 41.179 pessoas.

No Brasileiro-2017, o São Paulo está atrás apenas dos rivais Corinthians e Palmeiras, respectivamente o líder e o quarto colocado. A média do campeonato é de 15.919.

O preço médio cobrado pelos arquirrivais paulistas supera em 100% os do Morumbi, que é de R$ 26. Com estádios novos, eles cobram R$ 55 na Arena Corinthians e R$ 60 no Allianz Parque.

O ingresso vendido pelo São Paulo não é só mais barato que o dos rivais. Parece uma pechincha até mesmo em comparação com os preços praticados pelo clube na ocasião de seu último título nacional, há nove anos.

Em valores ajustados pelo IGP-M (Índice Geral de Preços-Mercado), o preço médio dos bilhetes negociados em 2008 valeria R$ 31,70 hoje.

"Os preços dos ingressos são os mesmos desde o começo do ano. A única vez que houve aumento foi na semifinal do Campeonato Paulista, contra o Corinthians, mas foi um acréscimo de apenas R$ 10 reais", afirma Rafael Palma, diretor-executivo de estádio do São Paulo.

"Essa gestão tem como objetivo fazer do Morumbi um estádio democrático", complementou o dirigente.

TRÉGUA
O baixo preço do ingresso não é o único fator que atrai os são-paulinos ao estádio. Pesa também um momento de trégua das torcidas organizadas à atual gestão.

Acumulando dez rodadas na zona de rebaixamento, o time igualou sua pior marca no Brasileiro, estabelecida em 2013. Nas arquibancadas, as críticas cessaram.

O último protesto em massa registrado no Morumbi contra a diretoria aconteceu depois do empate com o Fluminense, em 25 de junho, quando o time ainda era dirigido por Rogério Ceni.

Comportamento bem diferente foi registrado em agosto do ano passado, quando integrantes de torcidas organizadas invadiram o centro de treinamento da Barra Funda e agrediram jogadores.

Nesta temporada, o São Paulo chegou a treinar diante de milhares de torcedores. Em 26 de agosto, antes de duelo com o Palmeiras, 18 mil pessoas foram ao Morumbi, segundo estimativa da Polícia Militar, ver o trabalho dos jogadores de Dorival Júnior.

O apoio da véspera não teve muita influência no resultado do clássico no Allianz Parque, disputado com torcida única. Sem nenhum são-paulino declarado na arquibancada, a equipe saiu à frente, mas tomou virada do Palmeiras por 4 a 2.

MUDANÇAS

As duas semanas cheias de trabalho, aproveitando a pausa do Campeonato Brasileiro, e a insatisfação com o futebol que o São Paulo tem apresentado inclinam Dorival Júnior a fazer mudanças profundas em seu time.
A alteração mais provável parece ser a promoção do defensor Militão.

O jogador de 19 anos deve ser o titular da lateral direita, improvisado em função na qual Buffarini e Bruno não agradaram.

O meio-campo pode ter mais duas novidades. O argentino Jonathan Gómez pode ganhar uma vaga como segundo volante independentemente das condições físicas de Jucilei.

O meia Lucas Fernandes tem chances de entrar na vaga do peruano Cueva, em alteração que vem sendo ensaiada pelo treinador há semanas.

Recuperando-se de uma contusão no quadril, o meia-atacante Marcos Guilherme pode abrir espaço para o retorno de Maicosuel. Certo é que, na zaga, Rodrigo Caio terá um novo parceiro, pois Arboleda está suspenso. Aderllan e Bruno Alves disputam a vaga.

NA TV
São Paulo x Ponte Preta
19h pay-per-view


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