Folha de S. Paulo


Rivais vacilam, e Corinthians tenta ampliar vantagem após ter queda

Líder isolado do Brasileiro, o Corinthians caiu de desempenho. A equipe enfrenta a Chapecoense nesta quarta (23), às 19h30, em Chapecó, após ter perdido pela primeira vez na competição. Foi derrotada no último sábado (19), em casa, pelo Vitória.

Nas últimas sete rodadas, o aproveitamento de pontos corintiano foi de 57%. Em 21 possíveis, conquistou apenas 12. Nem de perto se aproxima dos 89,7% que tinha antes disso, quando obteve 35 pontos em 39 disputados.

"A gente está preparado para a derrota. Temos os pés no chão. Sabemos que nada vai mudar no nosso trabalho. Dentro do clube, nunca falamos sobre invencibilidade ou quantidade de pontos na liderança", disse Fábio Carille, à Folha.

Apesar da diminuição do ritmo, a primeira colocação corintiana jamais esteve ameaçada. Mais do que isso: pode ser ampliada. Contra a Chapecoense, o time realiza o jogo a menos que tem em relação aos rivais. Se vencer, vai abrir dez pontos de vantagem sobre o Grêmio, segundo colocado (50 a 40).

Isso acontece por um motivo. Os principais adversários do Corinthians pelo título nacional não aproveitaram a queda de rendimento do líder. Nas últimas sete rodadas, o Grêmio teve os mesmos 57% de aproveitamento. O Santos, terceiro, teve 62%. Não foi o bastante para colocar fogo no campeonato.

O último exemplo aconteceu domingo (20). Sabendo da derrota do Corinthians no dia anterior, o Grêmio tinha a chance de reduzir a distância para cinco pontos. Em casa, com escalação reserva, empatou em 0 a 0 com o Atlético-PR. O técnico Renato Gaúcho poupou os titulares para o confronto de volta das semifinais da Copa do Brasil, nesta quarta, no Mineirão.

"Pelo nível do Brasileiro, seria muito difícil uma equipe passar todo o campeonato invicta. Perder pode até ter sido bom, neste caso. Era uma pressão desnecessária", afirma o atacante Jô, artilheiro do Corinthians no campeonato, com 11 gols.

Passo a passo
Por imaginar que o ritmo poderia diminuir, Carille adotou o discurso do "jogo a jogo", variação do "paso a paso" (passo a passo) de Reinaldo Merlo, técnico que tirou o Racing da fila de 35 anos sem títulos na Argentina em 2001.

Para que não existisse pressão em um elenco desacreditado, o treinador conhecido como "Mostaza" adotou a tática de jamais falar sobre uma partida que não fosse a da rodada seguinte. A estratégia foi muito copiada desde então. No Corinthians, com um grupo de jogadores igualmente desacreditados, Carille faz o mesmo.

Nos últimos sete jogos do Brasileiro, o Corinthians empatou com Atlético-PR, Avaí e Flamengo; venceu Sport, Atlético-MG e Fluminense; e perdeu para o Vitória.
Antes disso, o time chegou a ter uma sequência de seis vitórias na competição.

"O resultado em si, não me preocupa. No empate com o Avaí, por exemplo, a gente saiu chateado. Mas não por causa do desempenho. Criamos chances e deveríamos ter vencido. Quando você não cria, é problema", diz Carille, que calculou quantos pontos o time precisa para ser campeão, mas não gosta de falar sobre isso. Passo a passo.

EQUIPE ALTERADA

Diante da Chapecoense, o Corinthians terá o retorno de Marquinhos Gabriel no lugar de Clayson. O time ainda terá três desfalques na defesa: Guiherme Arana, Pablo e Balbuena. O paraguaio está suspenso pelo terceiro amarelo. Os dois primeiros, lesionados. Os substitutos serão Moisés, Pedro Henrique, Léo Santos. Jadson fica em São Paulo para aprimorar o condicionamento físico após um mês afastado.

NA TV
Chapecoense x Corinthians
19h30 Pay-per-view


Endereço da página:

Links no texto: