Folha de S. Paulo


Hernanes reencontra São Paulo em crise e tenta oferecer otimismo ao time

Mauro Horita/Folhapress
O meia Hernanes, 32, é apresentado como reforço do São Paulo

Quando o meio-campista Hernanes deixou o São Paulo em 2010, a memória do tricampeonato nacional conquistado entre 2006 e 2008 era muito recente para o clube.

Em seu retorno, sete anos depois, ele encontra um time em situação bastante diferente, que está há cinco rodadas na zona de rebaixamento do Brasileiro.

Todo esse tempo distante e o contexto complicado em torno do São Paulo não lhe tiram o otimismo, embora admita que, na China, não conseguia assistir a tantos jogos do time.

"Quando vi o São Paulo mal na tabela, pensei que aquilo não era o lugar do time. Mexeu comigo. Nesse momento o objetivo a curto prazo é sair da zona do rebaixamento. Não tem que pensar em outra coisa além disso", afirmou o jogador em sua apresentação, nesta terça-feira (25).

Além de sua versatilidade e poderio ofensivo dentro de campo, a diretoria crê que, num momento de crise, Hernanes possa exercer importante influência sobre o elenco justamente por sua mentalidade e personalidade.

Em sua chegada, deixou claro que seu humor é o mesmo. É raro encontrar jogador que seja capaz de sair com uma frase assim: "Nossa vida é uma sucessiva sucessão de sucessões que se sucedem sucessivamente", disse, sobre a volta ao Morumbi.

Em tom mais sério, sem dar muitas voltas, o jogador afirmou que sua nova velha equipe não vai cair para a Série B.

"Vamos nos salvar. Não sei se vai ser agora, rapidamente, mas temos as condições. Isso já cravei: não vamos cair", afirma.

Depois do empate com o Grêmio por 1 a 1, na segunda-feira (24), o São Paulo ocupa a antepenúltima posição do Brasileiro, com 16 pontos em 16 rodadas. Primeiro time fora da zona de descenso, o Atlético-PR tem 17 pontos.

Hernanes foi ao Morumbi para assistir ao duelo com os gremistas. Após um primeiro tempo em que foi dominado pelos visitantes, o time da casa buscou o empate no segundo tempo.

Muito da reação em campo foi justificada pela presença dos são-paulinos no estádio. Foram 51.511 torcedores presentes, o maior público do campeonato até o momento.

"Vi evidências de que o segundo semestre será mais positivo. Ter 51 mil pessoas numa segunda-feira é uma demonstração de força. A reação de espírito e coração, com o torcedor junto, é algo que está se materializando", afirmou Hernanes. "O time também lutou contra um adversário fortíssimo."

Para Hernanes, agora o dilema é dosar a paciência necessária para entrosamento de um time que passou por profunda reformulação em meio ao campeonato. Trocou jogadores e o técnico Rogério Ceni por Dorival Júnior.

"Temos elenco para fazer mais. Mas no futebol são vários fatores que determinam. Grandes nomes têm de se encaixar. O São Paulo já mudou muito. Requer tempo para acontecer", afirmou.

Da sua parte, Hernanes se oferece a Dorival como um jogador de posicionamento mais ofensivo. Diz atuar mais à frente, criando e finalizando. Por isso, não descarta que eventualmente possa disputar posição com o peruano Cueva.

O meio-campista diz que está em boa forma física para jogar no sábado (29) contra o Botafogo, no Rio de Janeiro. "Mas talvez falte ritmo de jogo. Isso é o tapete verde que vai decidir", afirmou.

Por mais diferente que Hernanes esteja, São Paulo espera que esse novo ciclo com o jogador tenha muito mais a ver com o de sua passagem anterior pelo clube.


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