Folha de S. Paulo


Santos e Copete agravam flagelo do São Paulo, agora penúltimo colocado

Rivaldo Gomes/Folhapress/Agência
Jonathan Copete marca três gols contra o São Paulo pela 12ª do Campeonato Brasileiro, em 9 de julho de 2017, na Vila Belmiro
Jonathan Copete marca três gols contra o São Paulo pela 12ª do Campeonato Brasileiro, em 9 de julho de 2017, na Vila Belmiro

O atacante Jonathan Copete estava atento para aproveitar a primeira falha capital do clássico. O goleiro Renan Ribeiro deu rebote, e o colombiano estufou a rede. Foi o primeiro de seus três gols na vitória do Santos por 3 a 2 sobre o São Paulo, neste domingo (9), na Vila Belmiro.

Na comemoração, Copete tirou a camisa do time e também uma segunda peça, de manga longa, que vestia. Para câmeras e torcida, exibiu em seu abdômen largas cicatrizes de queimaduras sofridas em acidente doméstico.

Para um time bem posicionado na tabela, agora em quarto, um incidente grave desses vira prova de força.

Para uma equipe que claudica na zona de rebaixamento, até mesmo o goleiro Renan, um de seus jogadores pouco questionados no ano, deu sinal de fragilidade

Com a derrota, o São Paulo será entregue a Dorival Júnior como o penúltimo colocado, à frente só do Atlético-GO, seu próximo adversário.

Sob a orientação auxiliar Pintado, o time se mostrou competitivo na marcação, não permitiu muitas chances ao rival, mas caiu por conta de deslize individual. O demitido Rogério Ceni conhece bem este filme.

O time do Morumbi completa sete jogos sem triunfo.

Veja o 1º gol de Copete contra o São Paulo

A principal medida de Pintado foi afastar Christian Cueva, com aval da diretoria.

De trunfo, o meia passou a ser questionado por suposta falta de comprometimento. Nem viajou com o elenco, ao contrário de Rodrigo Caio, assediado pelo russo Zenit.

Se o peruano foi deixado de lado, o time teve a estreia de outros dois sul-americanos: o zagueiro equatoriano Robert Arboleda e o meia argentino Jonatan Gómez.

No total, Pintado escalou cinco estrangeiros, o limite permitido pelo Brasileiro.

Em campo, seu time se postou de modo mais recuado, em geral com apenas Lucas Pratto adiantado para tentar incomodar a saída de bola.

Sem a bola, o Santos procurava povoar o campo ofensivo. A diferença de postura condizia com a situação das equipes na tabela.

O Santos entrou em campo mais leve, já com seu posto na zona de classificação para a Libertadores assegurado. Acuado, o São Paulo já sabia que havia sido ultrapassado por Vitória e Avaí.

Não que o time da casa fosse muito incisivo, contudo. Não havia muitos espaços para investidas de Lucas Lima.

Desse modo, aos poucos, os visitantes começaram a se soltar. Mas sem progredir com a bola, apostando em longos cruzamentos, problema crônico no campeonato.

Vanderlei, o goleiro santista, era pouco acionado.

Aos 44 min do primeiro tempo, do outro lado, chegou a hora de Renan trabalhar.

Copete tocou para Kayke na quina da grande área. O centroavante limpou e bateu. Um chute firme, mas defensável. O são-paulino não conseguiu controlar a bola, e Copete surgiu para o arremate.

Na segunda etapa, empolgado, o colombiano aproveitou cruzamentos precisos de Kayke e Jean Mota para agravar o flagelo são-paulino.

O atacante se queimou quando manuseava panela de pressão. Ele já havia jogado lesionado contra o Atlético-PR na quarta (5).

"Ele tem muita raça. Fico muito feliz pelos gols, já que se queimou e, ainda assim, fez dois jogos por nós", disse o lateral Jean Mota.

Quando a fase é ruim, até Lucas Pratto desperdiça um pênalti, aos 25 min.

Coube, então, ao garoto Shaylon descontar, cinco minutos depois. O estreante Arboleada ainda marcou o segundo, aos 41 min, aproveitando sobra na área.

Pela 13ª rodada, o Santos vai a Belo Horizonte para encarar o Atlético-MG, na quarta (12). O São Paulo recebe o Atlético-GO na quinta (13).

Suspenso, Copete tem tempo suficiente para cicatrizar. Não é o caso do São Paulo.


Endereço da página:

Links no texto: