Folha de S. Paulo


Goleiro brasileiro é o primeiro não soviético a jogar pela seleção da Rússia

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*** ALTA*** Goalie Marinato Guilherme during a training session of the Russian national team ahead of the 2017 Confederations Cup. Evgeny Biyatov/Sputnik /AFP ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
O goleiro brasileiro naturalizado russo Guilherme Marinato durante treino da seleção da Rússia

Vivendo na Rússia desde 2007, Guilherme Alvim Marinato, 31, já quebrou diversas barreiras desde que chegou ao país.

Primeiro goleiro brasileiro a atuar no campeonato local, ele é também o único jogador nascido fora da antiga União Soviética na história a vestir a camisa da seleção russa. Ele integra o time que disputa a Copa das Confederações. Seu objetivo agora é jogar a Copa do Mundo pelo país.

E a realidade atual mostra que isso é bem provável para o mineiro nascido na cidade de Cataguases, ainda que ser titular seja missão praticamente impossível. O posto é de Igor Akinfeev, 31, capitão da seleção nacional, na qual ingressou em 2004.

"Apesar de ser reserva, tenho muita confiança que estarei na Copa do Mundo em 2018. Acho que não existe segredo. É apenas continuar fazendo o meu trabalho da maneira certinha que foi até agora. Jogar um Mundial seria fantástico. É o sonho de qualquer criança que joga bola. Mas eu nem imaginava quando era pequeno que estaria tão perto disso. Se não der certo, vou até como espectador (risos)", disse.

Guilherme se naturalizou russo em 2015 e foi convocado pela primeira vez em março de 2016 para amistosos contra Lituânia e França.

Contra os lituanos, ele estreou ao entrar no segundo tempo na vitória por 3 a 0. Fez parte também do grupo que foi eliminado na primeira fase da Eurocopa de 2016, mas não atuou em nenhuma das três partidas na competição continental.

A obtenção de uma nova nacionalidade se deveu a dois fatores: o carinho que tem pelo país, onde é ídolo e titular incontestável do Lokomotiv Moscou –já fez 214 partidas oficiais–, e a certeza de que dificilmente seria chamado para a seleção brasileira.

Ele saiu cedo do país, aos 22 anos. Quando chamou a atenção dos dirigentes russos, havia realizado apenas 21 partidas como profissional pelo Atlético-PR.

O processo para a naturalização teve início por desejo do próprio Lokomotiv, em 2013. A ideia foi prontamente aceita por Guilherme, que hoje é fluente em russo e vive no país com a esposa Rafaele e duas filhas.

"O clube queria abrir espaço para contratar mais estrangeiros e fez essa proposta. Não teria motivo para recusar. Fiz minha carreira como profissional aqui. No Brasil nunca tive a chance de mostrar o meu trabalho", afirma.

LESÕES

Se hoje faz sucesso na Rússia, o seu início ao chegar ao país não dava sinais de que isso seria possível. Entre a chegada, no fim de 2007, e setembro de 2008, Guilherme sofreu duas lesões no joelho e precisou de cirurgia.

"Só em 2009 me recuperei totalmente e comecei a treinar. Na pré-temporada o técnico me deu a primeira oportunidade e a partir daí eu fui ganhando meu espaço."

Para o mineiro, a adaptação à preparação física foi a maior dificuldade na Rússia. Ele diz já estar acostumado até a jogar com temperaturas abaixo de zero grau.

NA TV
Rússia x Portugal
12h Band e SporTV


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